A IGREJA E A MISSÃO – aonde estamos e para onde caminhamos??



A IGREJA E A MISSÃO – aonde estamos e para onde caminhamos??
*(Luciano Costa)

Atualmente há um vasto interesse pela missiologia, pelo estudo da missio Dei, todavia, percebo que muitas vezes ainda nos encontramos “confusos” e/ou “pendulando” na compreensão de nossa missão como igreja nesse mundo, ou como participante da missão de Deus nesse mundo ou como igreja enviada a esse mundo, ou como igreja sinalizadora do Reino nesse mundo, ou como...
Podemos nos perder a partir dos significados das palavras, o que queremos dizer com a palavra “missão”? Qual o entendimento que nos vem à mente quando a ouvimos, ou melhor quando a pronunciamos? “Missão” e “Missões” são a mesma coisa? Perceba que, para compreendermos esses e outros termos relacionados a missiologia precisamos começar de onde estamos, e onde estamos? Com qual cosmovisão estamos? Permita-me citar um postulado da nossa igreja (Assembleia de Deus), quero citar um trecho de nossa “Declaração de Fé das Assembleias de Deus”, em seu Capítulo XI, e 6º parágrafo, que trata especificamente sobre “A missão da Igreja”; publicado no ano de 2017.
“Entendemos que a função primordial da igreja é glorificar a Deus: “Quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. (I Co 10.31). Isso é feito por meio da adoração, da evangelização, da edificação de seus membros e do trabalho social. (grifo meu). A igreja foi eleita para a adoração e o louvor de Deus, recebendo, também, a missão de proclamar o evangelho da salvação ao mundo todo, anunciando que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e que em breve voltará.  (...) O evangelho é proclamado, a homens e mulheres, sem fazer distinção de raça, língua, cultura ou classe social, pois “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Jesus disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19-ARA), “e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Portanto, entendemos que é responsabilidade da Igreja a obra missionária. A edificação é realizada por meio do ensino da Palavra nas reuniões apropriadas da Igreja, como culto de ensino, da escola bíblica dominical. A igreja também exerce o ministério de socorro e misericórdia, que inclui o cuidado dos pobres e necessitados, e não somente dos seus membros, mas também dos não membros. (...) A igreja tem o papel de ser sal e luz do mundo, e essa luz resplandece por meio de nossas boas obras. Ensinamos que, para a consecução da sua missão, o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja no dia de Pentecostes, e Cristo concedeu líderes para servir a Igreja: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12).
É claro que nessa abordagem sucinta da Declaração de Fé assembleiana, não podemos detectar toda a cosmovisão que a mesma tem esposado ao longo de mais de 100 anos, todavia, percebemos sua ênfase no propósito de continuar sendo uma igreja querigmática, isto é, proclamadora do evangelho. Mas isso compreende realmente toda a missão da Igreja? Até que ponto percebemos a nossa missão como apenas uma ação de ir e pregar? Será que o kerigma não é apenas um aspecto dessa missão de Deus no mundo? Qual a nossa compreensão sobre ser uma igreja “relevante” nesse mundo? Relevante para quem? Relevante para quê? As vezes realizamos muitas “missões”, e nos esquecemos do Deus da missão!
Para ampliar nossa discussão, quero citar, Johannes Blauw em seu livro, A Natureza Missionária da Igreja, publicado pela ASTE, em 2012:
“Tem havido, especialmente nos últimos dez anos, muita discussão sobre “Igreja e Missão” nos círculos missionários. Esta discussão não precisaria nos deter aqui, uma vez que ela já foi descrita em outros lugares. Mas precisamos discutir a questão sobre até que ponto a investigação bíblica nos dá oportunidade e direito de contrastar Igreja e missão. (...) Mas aconteceu um desenvolvimento extraordinário na teologia bíblica nas últimas poucas décadas, o qual levou à redescoberta da Igreja como comunidade do Reino, como comunidade de testemunho e de serviço no mundo e para o mundo. Fora do movimento missionário corrente, é aceita pela maioria a convicção de que a Igreja é Igreja missionária, ou então não é Igreja. A eclesiologia, que durante tantos séculos permaneceu estática, está sendo agora substituída gradualmente por uma outra mais dinâmica, que é tanto escatológica quanto missionária”. (BLAUW. 2012, p.145).
O que Johannes Blauw quer dizer, quando afirma que “com o desenvolvimento extraordinário da teologia bíblica, levou a redescoberta da Igreja como comunidade do Reino”? O que seria essa comunidade do Reino? Que agora atua com “testemunho e serviço no mundo e para o mundo”? Outro fator que nos chama a atenção, é quando ele fala que a eclesiologia que por muitos anos permaneceu estática... Que quer isto dizer? Acredito que uma eclesiologia estática, fala de parâmetros que não dialogam com a realidade e com o mundo atual, de uma cosmovisão estática e que estando formada e dicotomizada não consegue ver além do que as lentes predeterminadas mostram.  Acredito que jamais entenderemos sobre a missão de Deus nesse mundo e qual a nossa atuação na mesma, se primeiro não entendemos qual é a nossa identidade como igreja. A identidade da igreja precede a sua missão nesse mundo, porque ela não vai além da proporia compreensão que a mesma tem de si mesma”.
Contudo, se ainda podemos ampliar mais essa discussão, quero citar um trecho de “O Compromisso da Cidade do Cabo – uma declaração de fé e um chamado para agir”, que o mesmo traz em sua apresentação, publicado pela editora Encontro em parceria com a editora Ultimato, em 2014.
“Toda a igreja levando todo o evangelho para o mundo todo”
“Esta é uma fantástica e significativa declaração que o Movimento de Lausanne tem abraçado desde os seus inícios, no ido ano de 1974. O Movimento nasceu em torno do compromisso com a evangelização mundial e tem procurado entender esse mandato e ser fiel a ele em cada etapa da sua história. É por isso que se enfatiza a missão em termos geográficos, indo para onde nunca ou pouco se foi. Outra ênfase é fazer missão levando em conta cada contexto e cada nova geração. Daí a importância de se enfatizar a missão como a ampla vocação da igreja para viver e proclamar o evangelho em todas as áreas da vida e com todas as consequências, sejam pessoais ou comunitárias, morais e éticas, espirituais e emocionais, politicas, socioeconômicas e amplamente culturais. Assim é o evangelho: ele é para todos, para sempre e permeia todas as áreas da nossa vida” (grifo meu).   
Nesse trecho temos variadas afirmações que vão ampliando a forma de fazer teologia na América Latina. Essa compreensão modifica também a forma da igreja se perceber nesse mundo e consequentemente há uma modificação na sua forma de atuação no mundo. Agora não é somente a ênfase na ação querigmática da igreja, mas como esse kerigma acontece? Ao falar de uma integralidade do evangelho a afirmação do ‘Compromisso da Cidade do Cabo”, muda de forma consubstancial o entendimento do que é a missão da igreja nesse mundo. Essa mudança tem ocorrido consensualmente nos seminários teológicos e missiológicos da América e porque não dizer do Brasil. Agora a Igreja está em missão no mundo (ou pelos deveria estar), atuando onde está e a partir das posições que ocupa e não apenas considera a missão uma tarefa de alguns poucos vocacionados para isso. Porém surge um questionamento: “Se tudo é missão, nada é missão”. (Stephen Neil). Se a questão é ampliação da missio Dei, então o que não é missão?
PROCURANDO UMA DEFINIÇÃO PARA O TERMO MISSÃO
Observando o que até aqui foi proposto, percebemos que não chegamos a uma definição pronta sobre qual é a missão da igreja? Se há vários “entendimentos” sobre o que é a missão da igreja e se eles de certa forma diferem em seus princípios e postulados, será que não estamos comprometendo nossa práxis missionária por causa dessa “indefinição” do que somos e do que devemos fazer? Porque a base teológica de toda missiologia é sua cristologia e sua continuidade fundamenta-se na eclesiologia que a igreja crer e abraça como sua. Segundo David Bosh, em seu livro Missão Transformadora: “Desde os anos 1950, tem havido entre os cristãos um aumento notável do uso da palavra ‘missão’. Isso tem sido acompanhado de uma ampliação significativa de seu conceito, pelo menos em certos círculos”. Então essa fala do David Bosh está evidenciada nos vários conceitos acima dispostos como tentativa de significar a palavra ‘missão’. Porém, o próprio David Bosh, chega a uma conclusão (ele considerado um excelente missiólogo): “Não é surpreendente que Bosh conclua, algumas páginas depois: “Em última análise, missão permanece indefinível”.  Todavia, é necessário entendermos em que contexto ele afirma isso, pois ficaria complicado, concluir um livro assim. Sua assertiva tem lugar no momento em que ele fala de uma crise paradigmática pela qual passa a igreja, justamente entre outros aspectos considerados relevantes que estão “sofrendo” mudanças de significados e de atuação, está a questão missiólogica. É preciso dizer que todo o processo de crise implica em mudanças e em adaptações, em mudanças de compreensão e em mudanças na práxis, e estas são necessárias, sem contudo, dissolver todo um legado teológico e histórico que a igreja tem e constrói ao longo de sua existência.
Quero também citar um livro que eu considero relevante para essa discussão, pelo equilíbrio que os autores denotam ao tratar sobre “Qual a Missão da Igreja?”, escrito por Kevin DeYoung & Greg Gilbert, publicado pela Editora Fiel, em 2016.
“Em seu aspecto mais elementar, o termo missão implica dois aspectos para muitas pessoas: (1) ser enviado e (2) receber uma tarefa. A primeira ideia é coerente porque a palavra missão vem de uma palavra latina (mittere) que significa “enviar”. A segunda ideia está implícita na primeira. Quando somos enviamos em uma missão, somos enviados para fazer alguma coisa – e não tudo; recebemos uma tarefa específica”. (...)
De modo semelhante, John Stott argumentou que a missão não é tudo que a igreja faz, mas, antes, missão descreve “tudo que a igreja é enviada a fazer no mundo”.
A partir dessa compreensão “desmitificamos” a ideia de que a igreja tem que, que a igreja tem que ter uma alternativa a fome no mundo, que a igreja tem que ter uma saída para a violência no bairro, que a igreja tem que cuidar da precariedade da saúde das pessoas na cidade, quando dizemos que a igreja tem que resolver ou ter uma resposta para tudo, colocamos a missão como algo não especifico, mas casual, como algo que pode ser qualquer coisa, ou coisa nenhuma, ou todas as coisas novamente. Podemos tratar da questão sobre outro prisma, como igreja podemos nos envolver com isso e com aquilo, não devemos ser insensíveis as necessidades daqueles que nos cercam, mas sobretudo, que não percamos de vista qual é realmente o propósito que nos faz sermos enviados ao mundo e no mundo. Se há algo específico para o qual Deus nos chamou e nos comissionou, precisamos de toda a clareza possível sobre o que é, como acontece e quando deve acontecer. Ainda citando o livro “Qual a Missão da Igreja?”:
“Jesus até nos diz na Grande Comissão (como Mateus a relata) que devemos ensinar as pessoas a guardar “todas as coisas que vos ordenado”. Todavia, não significa que tudo o que fazemos em obediência a Cristo deve ser entendido como parte da missão da igreja. A missão que Jesus deu à igreja é mais específica do que isso. E isso, por sua vez, não significa que outros mandamentos de Jesus não são importantes. Significa que a igreja recebeu uma missão específica de seu Senhor, e ensinar as pessoas a obedecerem aos mandamentos de Cristo é uma parte inegociável dessa missão”. (...) Portanto, dizemos novamente: que a missão da igreja conforme vista na Grande Comissão, na igreja primitiva mostrada em Atos e na vida do apóstolo Paulo – é ganhar pessoas para Cristo edificá-las em Cristo. Fazer discípulos – essa é a nossa tarefa”.
É claro que parece uma explicação muito “simplista” para alguns que querem algo mais contemporâneo, algo mais “contextual”. Isto é, o que a narrativa bíblica nos apresenta e devemos nos ater ao texto bíblico e procurar transmitir a sua mensagem para essa geração atual, sem contudo, mudar seus princípios e sem mudar sua comunicação. Penso que essa “teologização” da missão a partir das ciências sociais, e a partir de uma hermenêutica crítica, e de uma abordagem econômica-política-social, da busca de novas teologias, que recusam os postulados teológicos da Reforma e a historicidade da igreja e da teologia cristã, causa a abertura para todo o tipo de interpretação do texto bíblico, bem como do Cristo apresentando na Palavra e do que é a igreja e a sua missão nesse mundo.
Os discípulos e a igreja primitiva, compreenderam qual era a missão deles, quem era o Cristo que eles haviam crido e o que significava ser igreja naquele contexto, em uma palavra simples como as que Jesus usou para chamar os pescadores à beira da praia “Então, disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e Eu vos farei pescadores de homens”. Mateus, 4.19.Acredito que as vezes teorizamos demais a missão quando deveríamos sermos obediente ao que a Palavra de Deus nos manda fazer, e com os recursos que ela diz que nós temos ao nosso dispor.
TENTANDO CHEGAR A UMA CONCLUSÃO...
Partindo do pressuposto bíblico que Jesus ordenou nas passagens da Grande Comissão (Mt 28.16-20; Mc 13.10; 14,9; Lc 24.44-49; At 1.8). A igreja deve ser a agência proclamadora das boas novas de salvação, deve ser um lugar onde pecadores são transformados pela graça de Deus em discípulos que aprendem de seu Senhor e Mestre, Jesus Cristo. A igreja também deve viver o evangelho que apregoa, sendo sal e luz do mundo, resplandecendo com astros no meio de uma geração corrompida e perversa. Sendo a coluna e firmeza da verdade, vivendo em integridade e labor missionário sempre.
Não deve jamais desviar de seu foco, de ir e fazer discípulos, ainda que algum momentos tenha que “alimentar as multidões famintas” como Jesus fez, mas em um momento, não tomar para si a responsabilidade de alimentá-los por todo o tempo. Deve praticar a justiça do reino e sinalizá-lo sem que para isso precise pregar outras ideologias partidárias ou filosóficas como se essas substituíssem o ensino bíblico. O evangelho é o poder de Deus que a igreja precisa crer e vivenciar. Vivenciar e pregar, por obras e em palavras, para que os gentios possam ver as nossas boas obras e glorificarem o nosso Pai que está nos céus, mas está agindo na terra entre e por meio de nós, igreja comprometida com a sua missão. Por fim, não tenho como esgotar e fechar uma temática tão ampla em apenas um artigo, mas a proposta é que possamos voltar a Palavra e redescobrir (se for o caso) qual a nossa missão nesse mundo como igreja enviada pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo (e com o Espírito Santo).

BIBLIOGRAFIA
DEYOUNG, Kevin & GILBERT, Greg. Qual a Missão da Igreja? – entendo a Justiça Social e a Grande Comissão. Editora Fiel. Reimpressão. 2016. São José dos Campos-SP.
BLAUW, Johannes. A Natureza Missionária da Igreja. ASTE. 2ª edição.2012. São Paulo-SP.
SILVA, Esequias Soares. (Organizador). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 3ª impressão. 2017. Rio de Janeiro-RJ.
Movimento Lausanne. O Compromisso da Cidade do Cabo – Uma declaração de fé e um chamado para agir. Encontro Publicações e Editora Ultimato. 2014. Curitiba-PR.
*Luciano Costa. O autor do artigo é pastor de tempo integral na Assembleia de Deus em Santana do Matos-RN. Pedagogo (UERN). Coordenador da EMITES (Escola Missionária de Treinamento Estratégico para o Sertão). Casado há 22 anos com Jussária Costa, pai do Lucas Ezequiel e da Lêda Soares. Atualmente é aluno no curso Plantador Intensivo Nordeste (sobre plantação de igrejas missionais), da Atos 29. Estudioso da eclesiologia e missiologia.








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DICA DE LEITURA PARA PASTORES/LÍDERES


DICA DE LEITURA PARA PASTORES/LÍDERES

São poucos livros que faço uma segunda leitura (sempre há uma lista de novos livros para serem lidos), porém retornando a leitura do livro do Wayne Cordeiro, “Andando com o Tanque Vazio?”, senti-me compelido a desafiar alguns amigos pastores a lerem o mesmo.

O relato é dramático a partir da perspectiva que o próprio autor abre seu coração para falar sobre sua própria experiência de “Andar com o tanque vazio”! Conheço alguns colegas de ministério que há muito já “secaram” todas as suas reservas e ainda estão se arrastando com seus ministérios pastorais.
O sucesso de um ministério pastoral não deveria ser avaliado apenas pelos seus resultados, aliás os resultados podem se tonar uma inesgotável fonte de desgaste quando somente a estes enxergamos. Contudo, somos líderes e a igreja espera muito de nós! As vezes esperamos de mais de nós mesmos! Nos cobramos muito.

Nesse sentido o ministério acaba por “sufocar-nos” em tantas demandas que “queimamos” todo o combustível, e quando não temos mais combustível queimamos todo o pavio para nos mantermos “acessos”.

Chegamos ao “burnout”, que em breve palavras é um esgotamento extremo. Mas nem sempre atentamos para os sinais de alerta que estamos forçando o nosso “motor”. Simplesmente ignoramos os “sinais vermelhos”. Transcrevo abaixo um trecho do referido livro:

“Quando voltei ao Havaí, marquei imediatamente uma consulta com um psicólogo cristão, o qual confirmou minhas suspeitas. – Você esgotou o seu sistema – disse ele. – Suas reservas de serotonina estão completamente exauridas. (...) Serotonina é uma substância semelhante a endorfina. É o hormônio natural do bem-estar. Ele é reposto nos momentos de descanso e, então, reabastece você enquanto trabalha. Se, porém, você continuar trabalhando sem se reabastecer, seu estoque de serotonina será exaurido. Em substituição a ela, seu corpo será forçado a produzir adrenalina. (...) A serotonina pode exaurir-se se você não viver de forma a permitir que ela seja reposta. Isso acontece com todo o tipo de pessoa, sendo mais aparente em líderes autoritários e naqueles que vivem com uma sobrecarga de expectativas. A depressão assume o lugar da iniciativa; a indecisão e a ansiedade aumentam. Você começa a sentir uma necessidade cada vez maior de solidão e isolamento”. (CORDEIRO, 2018).

Infelizmente conheço e tenho amigos que chegaram a essa “sobrecarga” emocional, psicológica e física em suas vidas. Esgotaram-se! Queimaram todo o “pavio”! Gastaram toda a serotonina! E agora não sabem mais como recomporem-se. Restam-lhes a opção dos medicamentos, mas não paramos! Acreditamos como líderes em nossa “cultura espiritual” que o descanso e perca de tempo! Ousamos citar a Palavra de Deus de uma forma descontextualizada e dizer: “_Nosso descanso não será aqui! Trabalhemos em quanto é dia!” Mas mesmo para estes a “noite” vem! Chega sorrateiramente, com problemas de hipertensão, ansiedade aguda, depressão, síndrome do pânico, estresse, esgotamento, finalmente o “burnout”.

Assim sendo, amados companheiros de ministério, recomendo-lhes a leitura desse livro, poderá ser muito útil a você (como o tem sido para mim), pode nos levar a uma reflexão sobre nossa práxis pastoral, sobre as pressões que o ministério nos proporciona e a outras que nós mesmos nos impomos! Não pretendo adiantar o conteúdo do mesmo, mas acredito que servirá para sua edificação.
Bibliografia.

[CORDEIRO, Wayne. Andando com o Tanque Vazio. Editora Vida. 7ª reimpressão. São Paulo. 2018].
Luciano Costa. 15 de abril de 2019.

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Qual o chamado (kaleo – verbo - vocação) de Jesus?


Qual o chamado (kaleo – verbo - vocação) de Jesus?

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado de Emanuel, que significa “Deus conosco”.  (Mateus 1.23).

1-      O que entendemos pela expressão “chamado” nesse texto?
2-      Jesus realmente ficou conhecido por esse nome Emanuel?
3-      Então o chamado/vocação de Jesus, sua vocação é ser “Deus conosco”, “Deus presente”.
4-      Então, concluímos que Jesus foi chamado para estar/permanecer conosco até a consumação dos séculos. “Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Amém. (Mateus 28.20).
(Luciano Costa)

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"Teu Reino, Tua Vontade"! 7ª edição da EMITES.


Se você é vocacionado, vem para a nossa 7ª Edição da EMITES, que acontecerá em Caicó-RN.


APÊNDICE – *AULA VOCAÇÃO MISSIONÁRIA
(Luciano Costa)

Esse tema tem chamado minha atenção e tem consumido algumas horas de estudo e pesquisas. Justamente por perceber que há dificuldades na compreensão do mesmo na ambiência das igrejas, talvez por ser um tema pouco debatido, estudado e ensinado em nossos púlpitos. Daí, senti a necessidade de estudar o mesmo, e embora ainda esteja no início de meus estudos sobre o mesmo, percebo que há muitas interpretações acerca do que vem a ser chamado ou vocação.
Você é vocacionado! Se você nasceu de novo, está nessa categoria. Não imagine vocação como privilégio de poucos “vocacionados”, de uns poucos escolhidos a dedo por Deus. Não pense que somente os pastores, missionários, evangelistas, pregadores, ganhadores de almas são chamados por Deus. Damos ao conceito vocação uma mística ímpar, um patamar mais elevado, um lugar para poucos “santos” do Reino.
O povo de Deus não deve esperar um chamamento especial, uma sarça que arde sem se consumir, para poder se envolver com a missão de Deus nesse mundo. Pela sua própria natureza, a igreja já é um povo chamado, separado, eleito e designado para proclamar as boas novas. O apostolo Pedro pensava assim quando declarou: “Vós, porém, sois a raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus...” ( I Pe 2.9-10).


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Minha experiência com plantação de igrejas no Sertão...



Minha experiência com plantação de igrejas no Sertão

Como um jovem casal teve sua experiência de campo como plantadores de igrejas no Sertão? Dentro de um contexto e cosmovisão assembleiana? Quais dificuldades enfrentamos? Como Deus nos direcionou e nos guiou no processo de plantação de igrejas?

Como se deu nossa ida para o campo missionário rural

No ano de 2007 eu concluía o curso de Pedagogia na UERN, muitos sonhos pairavam sobre nossas mentes, pretendíamos ir morar na capital do estado, Natal e começarmos a nos estruturar economicamente. Porém, Deus tinha outros planos para nossa família que começariam a serem executados naquele mesmo ano.
Deus já havia falado muitas vezes sobre nossa vocação para servir em missões como obreiro de tempo integral (designação utilizada para classificar àqueles obreiros que apenas servem no ministério pastoral e/ou missionário, sem vínculos de emprego, ou outras fontes de renda), isto é, que dependem inteiramente da obra de Deus.

Então chegou esse dia, chegou o momento de deixar a parentela e assumir o chamado missionário definitivo. Foi decisão difícil, mas tomada com muita alegria e temor no coração.
Fomos desafiados para plantar igrejas entre os assentados do INCRA no município do Apodi-RN. Fomos morar em um assentamento rural por nome de Paulo Canapum, no qual haviam apenas 15 residências. Todavia, nossa área missionária rural compreendia mais outras três comunidades rurais: Assentamento Caiçara, Assentamento Bregresso e Sítio Mulungú, esta área missionária rural ficava a 40 km da cidade (todos do município de Apodi-RN).

Quando ali chegamos, encontramos uma realidade complexa para um plantador de igrejas inexperiente e sem treinamento. Não havia “templo” (igreja de concreto) construída, não tínhamos terreno para construir e ali encontramos uma irmã cadeirante, um menino de um dez anos e um casal de idosos no Sítio Bregresso que distava 10 km de nossa nova moradia.  

Com esse contexto e uma forte resistência aos “crentes” começamos a desenvolver o processo de plantação de uma nova igreja nessas comunidades. Então eu e minha esposa e meu filho que na época tinha cinco anos, tínhamos diante de nós o grande desafio de fazermos a obra de Deus crescer e prosperar naquele lugar, a questão era como e por onde começar?

Como desenvolvemos nossa tarefa missionária no sertão

Nossas estratégias de plantio de igrejas eram bastante resumidas. Sem treinamento e sem uma previa orientação sobre o que seria plantar igrejas no Sertão, nos restava fazer o que fazíamos em nossa “igreja mãe”: fazer cultos evangelísticos, visitas, evangelismo pessoal, e afins. Lembro-me de um dia que peguei minha bicicleta (único transporte que dispúnhamos na época) e fui “evangelizar” no Asssentamento Caiçara (a comunidade mais próxima que tínhamos, uns 2 km de distância), que era uma vila com trinta casas de um lado e trinta casas do outro, formando uma “avenida” no meio do mato. Contudo após subir por uma e descer por outra “rua” ninguém quis ceder a casa para eu realizar um culto à noite, tamanho foi o desapontamento, que dizia como os meus botões, esse povo lá quer saber de Jesus, que povo duro, incrédulo. 

Deus nos dá uma estratégia

Até que num belo dia minha esposa tem um ideia! Vamos fazer o “Dia das Crianças” de todas as crianças desse assentamentos! Pensei como se dará isso? Já que na época vivíamos pela fé, e com meio salário mínimo de ajuda de custo da igreja que nos enviara ao campo missionário e uma cesta básica?? Mas fomos a luta e conseguimos pela fé realizar esse dia das crianças, com mais de 150 crianças presentes e com lanche e presentes para todas elas! Foi um milagre de Deus! Muitas pessoas contribuíram para que essa comemoração se tornasse realidade. Pela primeira vez naquelas comunidades havia acontecido algo daquela magnitude voltado para as crianças, e quem sabe ao ver a alegria e contentamento de seus filhos, muito pais abrandaram seus corações para receber a visita e até mesmo um culto pela família missionária recém chegada! E alguns destes, ainda antes de encerrarmos vieram nos dizer: “Pastor, nossa casa está à disposição para o sinhô ir fazer um culto quando quiser”! Celebramos ao Senhor da Seara que nos dá estratégias para fazer a sua obra!

A melhor estratégia que encontramos entre os sertanejos

Mas a melhor estratégia eu descobri de uma forma despretensiosa! Toda tarde eu pegava minha “caloi”, isto é, minha bicicleta e dava uma volta pelo assentamento Paulo Canapum, para tomar café com os seus moradores e ouvir seus “causos”. Isso me rendeu boas amizades e as portas foram se abrindo para também pregar o Evangelho, resumindo a melhor estratégia é o relacionamento. E foi através dessa convivência relacional que após um ano já tínhamos nessa assentamento aproximadamente 25 pessoas congregando conosco na nova igreja. Após um ano de atividades fomos transferidos pela nossa liderança, que na época era o nosso pastor Isaac Dias. Embora não fosse nosso desejo sairmos daquele processo de plantação de igrejas que segundo nossa concepção estava dando certo.

(Luciano Costa) 28 de junho de 2019









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QUAIS AS RAZÕES QUE LEVARAM AS AD'S AO ARREFECIMENTO NA PLANTAÇÃO DE NOVAS IGREJAS E NO AVANÇO MISSIONÁRIO NO NORDESTE?



QUAIS AS RAZÕES QUE LEVARAM AS AD'S AO ARREFECIMENTO NA PLANTAÇÃO DE NOVAS IGREJAS E NO AVANÇO MISSIONÁRIO NO NORDESTE?
(Luciano Costa)
Introdução: Problematizar a questão missiológica das AD's no Nordeste é um tanto quanto complexo, dada a sua relevante presença geográfica e histórica no mesmo, todavia, se faz necessário uma abordagem mais apurada e realista sobre a cosmovisão assembleiana sobre o desafio missionário no Nordeste, principalmente nas pequenas cidades, distritos e povoados inalcançados que ainda existem.
I- É necessário o levantamento de algumas hipóteses para tentar compreender esse fenômeno. Antes de qualquer conclusão ou assertiva sobre esse tema, reconheço sobremodo a contribuição e esforço dessa igreja para levar as boas novas nessa região. Leigos e voluntários levaram ao logo das décadas do Século XX o Evangelho através dessa denominação. Intrépidos, ousados, e abnegados homens e mulheres de Deus fizeram muito pelo Reino dentro de uma cosmovisão assembleiana. E mesmo nesse início de Século XXI as AD's continuam empenhadas em evangelizar, todavia, houve um arrefecimento na intensidade, na dinâmica e no voluntariado de obreiros leigos, plantadores de novas igrejas e envio de missionários transculturais. Quais explicações poderíamos encontrar para esse fenômeno??

II - A institucionalização traz inerentemente outras pré-ocupacões, provocando a multiplicação de esforços e recursos para auto- sustentá-la e fazer seu cronograma de funções e atividades se manterem funcionado.

A burocratização de alguns aspectos administrativos podem levar a retração da força dos obreiros leigos que sentem-se chamados para irem ao campo plantar novas igrejas. Como tudo passa a ser planejado e orçado (e não pode nem deve ser diferente) o aspecto missiológico as vezes não entra no orçamento, não está nos planos, da expansão denominacional, há novos templos sedes a serem construídos, novas congregações a serem ampliadas.
Todo esse processo da "máquina" institucional consome muitos recursos humanos e financeiros, energia, planejamento, e novas plantações de igrejas em áreas que não são muito "promissoras" acabam sendo adiadas e/ou esquecidas.
Não há um planejamento sobre como alcançar esses lugares com menos de 1% de evangélicos no Sertão nordestino. Há sim debates, fóruns, ações isoladas em alguns lugares, mas não temos um projeto a nível de região e nem uma agenda de plantação de novas igrejas para suprir essa necessidade.É uma característica nossa “assembleiana”, não planejar nossas ações missionárias. Nossas ações não são planejadas, apenas "direcionadas" por Deus.
É claro aqui não é uma crítica velada, que o Espírito Santo tenha a liberdade de separar e enviar nossos obreiros para a obra que Ele quiser, mas a nos compete a logística de impor as mãos (responsabilidade, comprometimento, cumplicidade, ação orientada por Deus e planejada pela igreja). O que Deus começou não o estrague o homem! Muitos projetos são projetos de Deus, foram iniciados pela sua vontade e querer, mas a falta de planejamento e engajamento por parte da igreja acaba por “sufocá-los” ou torná-los impraticáveis!

II- O próprio fator do crescimento gigantesco da denominação pode ter provocado o arrefecimento.
Ora, se já somos a maior denominação brasileira pentecostal, estamos indo muito bem, obrigado! Mas essa análise superficial, ou esse ufanista, acaba por atrapalhar e tolher nossos esforços missionários. Se não levantarmos nossos olhos não veremos nosso "quintal" branco para a colheita. E olha que estou falando de algo extremamente visível, o quintal de nossa casa!
As vezes estamos olhando para o outro lado do mundo, mas ainda não nos sensibilizarmos com àqueles que estão em nosso entorno. Os desafios da evangelização dos povos minoritários no Nordeste deveriam ser colocados nas pautas das Convenções, AGO’s, Fóruns, Congressos Missionários e afins. Deveríamos elaborar uma agenda missionária para podermos avançar e multiplicar nossos esforços no sentido de plantar e revitalizar novas igrejas.
A igreja nordestina é numerosa, cheia de recursos e diversa, mas está preocupada em alcançar os povos não evangelizados que estão em seu próprio contexto e região?
Se não? Por que não enxergamos esse desafio gigantesco que está sob nosso olhos?
Aonde nossa intencionalidade missionária arrefeceu?
III- Nossa missiologia é personalista.
O que quero dizer com isso? Que a visão de cada igreja será relativamente proporcional ao pastor que a está pastoreando nesse tempo presente. Podendo vir a deixar de existir, repito, podendo deixar de ser relevante se este sair do pastoreio da mesma. Muitos projetos missionários, bons, extraordinários até, são sepultados no culto de posse do novo líder que chega àquela igreja. Novas plantações de igrejas são abortadas, muitas vezes pela mesma razão!
Esse modelo personalista não promove um conscientização consistente na igreja, não gera uma consciência duradoura e que amadureça com o decorrer dos anos. Há repetidos processos de rupturas na construção dessa cosmovisão missionária, e assim sendo a igreja acaba perdendo o interesse pela temática, buscando apenas a superficialidade na práxis missionária.
Então, se os próprios líderes divergem sobre a relevância dessa temática, ora supervalorizando-a, outro momento relegando-a a apenas um culto de missões na igreja?  Como pode essa igreja olhar e identificar os desafios que estão no seu entorno? Essa igreja ou grande parte dela continuará caminhando indiferente e feliz para dentro de suas próprias prioridades. As quais, certamente não envolverão uma cosmovisão bíblica sobre missões!
Qual a proposta para mudar essa realidade?
IV- Uma igreja só vai até onde sua visão alcança.
A falta de visão dessa igreja ou a sua miopia pode ter várias causas. Não é simples diagnosticar rapidamente essas diversas causas. Posso até elencar algumas aqui, que são mais patentes e gritantes, mas sempre haverá algo mais que vai de um contexto para o outro.
A falta de uma cosmovisão bíblica e missionária traz sérios distúrbios sobre essa igreja.
Outro dia pensando sobre a ação missionária da igreja, cheguei a seguinte conclusão: "Uma boa missiologia está ligada a uma boa eclesiologia, isto é, uma igreja consciente de sua missão nesse mundo, é primeiramente uma igreja que sabe quem ela é! A identidade da igreja precede a missão! Se ela não sabe a que veio e nem para quais propostos está nesse mundo, como cumprirá sua missão"?
A falta de um ensino bíblico teológico com viés missiológico tem deixado a igreja a mercê de muitas ocupações que acabam roubando sua energia, tempo, recursos, e etc.  Temos realizado e nos gastado fazendo e priorizando tantas coisas e algumas até que Deus não nos mandou fazer!
V- Mobilizar, Envisionar, Treinar e Capacitar e Enviar-Sustentar uma "força tarefa" missionária nordestina para alcançar os desafios desse tempo.
Acredito muito no potencial da igreja nordestina, para cumprir sua missão evangelizadora-discipuladora para essa geração. Mas esse movimento não acontecerá se apenas um "punhado" de líderes se propuseram a orar, debater, planejar essas ações! Claro que é nos pequenos começos que se originam e se alcançam grandes avanços! O que quero dizer é que não podemos ficar apenas nos "pequenos começos".
Sem o engajamento das lideranças dos grandes centros, das grandes igrejas, continuaremos fazendo a nossa parte é claro, mas o desafio continuará quase que intocado, pelo potencial que temos poderíamos sugerir até um cronograma de plantação de igrejas por Estados do NE, onde cada estado iria mapear suas áreas mais críticas, sem presença de crentes ou sem igrejas, para planejar o envio de casais ou famílias para minimizar esse contraste. Enquanto temos igrejas ricas e superlotadas, a menos de 50km temos distritos e povoados sem nenhuma oportunidade de ouvir o evangelho... Por que não alcançamos essas comunidades?
Será que uma igreja com 200, 300 membros não pode ter uma filha para cuidar numa comunidade rural? Sustentar e enviar uma família missionária no sertão? Num quilombola? Numa comunidade cigana?
Será que não podemos dar um salário mínimo e um mínimo de condições e apoio para plantar uma nova igreja? Sem falar que a vitalidade que igrejas chegam a ter, quando plantam novas igrejas, elas se rejuvenescem! Bom, talvez alguém diga você é um sonhador! Tá sonhando! Sonho mesmo com uma igreja apaixonada por missões, por uma liderança apaixonada por missões!  Por um despertamento missionário nas nossas queridas AD's.
VI- "Aonde estiver o vosso coração aí estará o vosso tesouro"!
Talvez eu fuja um pouco da exegese bíblica, mas essa máxima pode muito bem se aplicar a realidade a igreja no NE. Onde estão os nossos maiores investimentos?
Como elencamos nossas prioridades orçamentárias? Quase sempre na questão do envio e da plantação de novas igrejas barramos no quesito " não temos condições" para tal.
Mas pergunto para ampliação do estacionamento? Para a construção do novo templo sede?
Para a ampliação daquela congregação daquele bairro de pessoas mais favorecidas? Para aquele evento do departamento tal? Para a celebração do Aniversário de 50 anos, 75 anos, etc....?
Espero não ser mal interpretado, sou pastor de igreja local e também promovemos isso em nossa congregação, todavia, o que essa cultura diz sobre nosso "tesouro"?

O que diz sobre nossas motivações? Então, não é que o desafio seja grande demais, é que estamos alimentando o "gigante" ao invés de confrontá-lo!
Urge a necessidade das AD's no NE se mobilizarem e criarem uma verdadeira "força tarefa" para vencermos esse "gigante" do desafio da plantação de novas igrejas e da evangelização dos povos minoritários que são nossos vizinhos!
Não podemos mais fazer "vistas grossas" e acharmos que o desafio não é nossa responsabilidade, temos sim, como líderes, que nos mobilizarmos e somarmos esforços, traçarmos metas, objetivos a serem alcançados coletivamente e localmente por cada Convenção e igrejas afiliadas.
Somente tendo essa compreensão podemos criar um “cultura missionária” comprometida com o desafio que nos "afronta" há décadas! Não podemos nos omitir nem terceirizar nossa missão.
Deus está em missão no NE, não podemos ficar de fora, se outras regiões do Brasil estão de olho no Nordeste, por que nós que aqui estamos e somos filhos desse chão, passaremos de largo e não nos colocaremos na brecha?

(Luciano Costa)
9 de maio de 2019. Fórum de Missões. Maceió -Alagoas.

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AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA A IGREJA



AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA A IGREJA
(Mas acredito que conseguiremos fechar algumas igrejas locais, se não atentarmos para...).
(Luciano Costa)

É indiscutível a questão do que Jesus falou em sua Palavra! As portas do Hades (Mateus 16.18) jamais prevaleceram ou irão prevalecer sobre a sua amada igreja! Isto é fato! Minha abordagem nesse breve texto irá se reportar a uma observação que tenho feito, que venho meditando, ouvindo, analisando!

Escuto muitos de uma geração que está passando, falando de seus feitos na obra do Senhor! Como se esforçaram para promover o Reino de Deus em suas comunidades, sítios, povoados, cidades.  Como não mediam esforços para tal. Ouço a nostalgia deles, escuto suas lagrimas quando falam do que fizeram e hoje já não podem mais fazer, a idade, as enfermidades as limitações da vida os impossibilitam, mas você sente que o coração deles gemem em contemplar as necessidades da obra do Senhor hoje. Mas eles estão passando o “bastão” para uma outra geração!

Agora, sim chego ao ponto que me preocupa, embora creia na onipotência de Deus e no cumprimento de todos os seus desígnios, e saiba que a sua igreja é triunfante nesse mundo, que ela é protegida e guardada por Ele, todavia, há um aspecto da obra de Deus que nos diz respeito, que Ele confiou a nós.

Há uma geração que está passando o bastão, há outra que deveria estar assumindo a sua responsabilidade! Há uma geração que precisa viver o seu tempo, entender o kairós de Deus. Contudo, percebo uma displicência quanto a nossa geração, sobre o legado que nos está sendo repassado, sinto que nós não queremos nos comprometer tanto, não queremos sofrer tanto assim, não queremos passar pelo os que nos antecederam passaram, ficamos seguros em dizer: “Os tempos mudaram! Hoje não precisa mais ser assim! Nós sabemos lidar melhor com os desafios da obra do que eles!”. Será?
O Darrin Partrick, autor do livro “O Plantador de Igreja”, tem um vídeo no youtube, no qual ele trata sobre uma igreja que surgiu no Século XIX, que impactou aquela comunidade, que evangelizou a sua geração, àqueles que estavam ao seu alcance, mas que ao passar duas gerações ela fechou as portas e hoje é apenas uma museu que conta a sua própria história.

Essa mesma história está repetindo em muitos lugares! Qual seria a causa? Segundo o autor do livro citado, a questão é que está faltando homens! Precisamos investir em nossos jovens! Investir em líderes que amadureçam e sejam idôneos para liderar e servir a igreja. Temos uma geração de rapazes que nunca deixam de ser meninos! Aquela igreja “fechou” porque não teve mais líderes, não houve mais homens para conduzirem a obra de Deus.

Essa tem sido a minha preocupação hoje, entre tantas como líder-pastor. Observo os nossos jovens, os rapazes e percebo que muitos não querem envolvimento com as atividades da igreja como liderança, missões, ensino, pregação. Muitos preferem o louvor, ou outras atividades, mas aquilo que vai exigir deles um maior comprometimento (e ai entenda, estou falando de liderança) eles dizem que não foram chamados para isso!

A grande questão é: Deus não continua vocacionado líderes entre nossos jovens hoje! Ou como disse Samuel, “Acabaram-se os mancebos”! Uma geração está passando, outra está chegando, mas como estamos chegando? Com qual disposição? Com qual nível de comprometimento com Deus e com a sua obra? O “bastão” está ai, quem vai segurá-lo?

As portas do inferno não prevalecerão, é verdade, mas nos devemos prevalecer em nome do Senhor Jesus! Nossas pequenas igrejas locais devem prevalecer! Como iremos prevalecer?

Precisamos rever o nosso discipulado.
Precisamos investir em ensino, mais do que em grandes eventos.
Precisamos apoiar os vocacionados na igreja e da igreja.
Precisamos treinar e mentorear novos líderes.
Precisamos como pais ensinar aos nossos filhos a se tornarem homens tementes a Deus.
Precisamos parar de ver o ministério pastoral e missionário como uma sacrifício para poucos (quase uma exclusividade para heróis).
Precisamos ser exemplo de líderes para nossa geração.
Muitas mais poderá ser dito sobre essa crise de homens e líderes, mas não quero trazer um longo texto senão uma breve reflexão. Que busquemos ver com temor e tremor essa questão.
Qual contribuição como líderes estamos dando para a próxima geração e como estamos passando o bastão para a ela?










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Por Uma Cosmovisão Bíblica...




“Por vezes, a igreja se ocupa na proclamação do evangelho, e se esquece de demonstrá-lo. Dizemos as palavras, mas não as vivemos. Frequentemente nossas vidas como cristãos são ineficientes porque reduzimos o evangelho às boas novas para a eternidade, nos esquecendo das boas novas para hoje. Repetidas vezes compreendemos nossas vidas como tendo duas partes distintas e separadas: a parte espiritual da vida e o restante da vida, nosso tempo nas atividades religiosas e nosso tempo na escola e trabalho. Reduzimos o cristianismo à esfera pessoal e particular, vivendo nossas vidas diárias de maneira pouco diferente das outras pessoas em nossa sociedade”. (Darrow L. Miller) 

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O PERFIL DO PLANTADOR DE IGREJA NO SERTÃO.


O PERFIL DO PLANTADOR DE IGREJA NO SERTÃO.
Introdução: Tratar sobre a perspectiva sertaneja de plantação de igrejas se constitui um grande desafio, pois, embora sempre se tenha feito isso, pouco tem se debatido sobre o como se faz! São poucos autores que tem se dedicado a pesquisa, estudo e produção de referencial teórico sobre essa temática. Contudo se pretendemos obter êxito no processo de plantação e revitalização de novas igrejas no Sertão, precisamos sentar, debater, analisar, ponderar e estudar estratégias e metodologias a partir do texto bíblico para podermos expandir o Evangelho nesse contexto. Entendo que o plantador de igrejas é um elemento chave, uma peça fundamental no processo da plantação de novas igrejas; se essa “peça” não estiver bem trabalhada, bem treinada, e a menos que o mesmo tenha a convicção de seu chamado, poderá o mesmo não conseguir êxito no propósito de plantar igrejas pelo sertão!
I – Antes de tentarmos abordar quais características deve ter o plantador de igrejas no Sertão, se faz necessário apontar quais equívocos as vezes cometemos no processo de escolha-envio de um plantador de igreja:
a)      Escolher homens com talentos, mas sem um caráter cristão.
b)      Escolher pessoas que são próximas (amigos, parentesco) e confiar-lhes uma tão sublime tarefa.
c)      Não considerar a avaliação do suposto chamado desse obreiro. (é realmente uma pessoa vocacionada para isso?).
d)     Vejamos o que Darrin Patrick, relata em seu livro “O Plantador de Igreja – O homem, a mensagem, a missão”.
“Descobri que a principal pergunta com que tanto liberais como conservadores muitas vezes começam o processo não é: Este homem é cristão? Mas: Este homem pode fazer a igreja crescer? Essa questão principal é reveladora, e nos alerta para uma das razões por que há tantos homens que estão implantando e liderando igrejas mas não têm uma relação salvífica com Jesus Cristo”. (PATRICK. 2013).
II – O plantador precisa ser um homem resgatado.
“Ninguém, não importa quão habilidoso seja como orador, quão talentoso como líder, ou quão numerosos sejam seus distintivos teológicos, deve tomar para si a incumbência de pastorear a igreja de Jesus sem antes ter experimentado o poder salvífico do Pastor, em quem transborda a graça. Mesmo que um pastor/plantador de igreja seja um homem bom ou talentoso ou inteligente, o que ele precisa ser, antes de qualquer coisa, é um homem resgatado”.  (Darrin Patrick).
III - O plantador precisa ser um homem chamado.
“Jeremias é uma ilustração de como é ser chamado ao ministério pastoral. O ministério não é somente difícil, é algo impossível. E a não ser que tenhamos um fogo em nossos ossos nos compelindo, simplesmente não sobreviveremos. O ministério pastoral é um chamado, não uma carreira. Não é um trabalho que você exerce só porque gosta de atenção...” (Jr 20.9)


IV- Precisa ser um homem dependente de Deus. 
Temos dificuldade de aplicar isso na prática. Procuramos muitos meios de podermos ser producentes, sem contudo, entendermos que somos totalmente dependentes de Deus para fazer a sua obra.   “Nós nos tornamos mais dependentes quando reconhecemos a verdade do lema de Francis Schaeffer em nosso próprio ministério: “o que estamos fazendo não é apenas difícil – é impossível”. Para muitos de nós responder à pergunta “Estou vivendo em dependência de Deus?” é uma tarefa difícil.
Vou trazer algumas perguntas extraídas do livro O Plantador de Igreja:
1)      O que quero mais – conhecer a Deus ou realizar coisas para Deus? Alguns versículos para meditar: Filipenses 3.10; Êxodo 33.13; 1 Timóteo 4. 6-10.
2)      Quando foi a última vez que o Espírito Santo me impeliu a fazer algo? Versículos para meditar: João 4. 7-19; Atos 16.6-10.
3)      Estou consistentemente convencido de pecados em minha vida? Versículos para meditar: Hebreus 12. 5-11; João 16. 7,8; 1 João 3.9.
4)      Estou consistentemente aceitando o fato de que sou aceito por Deus por meio de Cristo? Versículos para meditar: 2 Coríntios 5. 17,21.
5)      Para onde vão meus pensamentos quando não sou forçado a pensar em algo especifico? Se sua mente vai imediatamente para o seu passatempo favorito, algo está errado! 
“É certo que não há fórmulas para aplicarmos sobre a nossa dependência de Deus; cada um sabe exatamente aonde deve se render a Cristo, quais áreas ainda não foram entregues, quais vontades ainda prevalecem, quais desejos ainda teimam em destoar o propósito sublime de Deus. A total dependência dEle nunca é algo acabado e pronto, é um morrer diário, é levar a cruz de cada dia, e a cada dia morrermos e sempre precisamos morrer para algo!” (Luciano Costa)
V- Em seu livro “Missionários para o Sertão Nordestino – desafios, capacitação e evangelização integral”, o pastor e professor Ildemar Nunes de Medeiros nos aponta alguns desafios que o missionário no contexto rural deve enfrentar:
1-      “Nesse contexto, os missionários devem estar preparados psicologicamente para suportar a ausência de recursos e de conforto encontrados em cidades maiores. Devem aprender a viver de maneira simples, buscando identificar-se com a comunidade para que, pelo testemunho pessoal, tenham credibilidade e, consequentemente, autoridade na pregação e ensino das Sagradas Escrituras”. (MEDEIROS. 2013).
2-      É necessário o missionário ser relacional. “Nesse contexto interiorano, os moradores facilmente conhecem uns aos outros e, quando alguém de fora chega, logo toda a comunidade toma conhecimento. (..) Os missionários enviados para o sertão nordestino terão, portanto de aprender a viver de modo relacional, sendo sociáveis e transparentes com os crentes e descrentes. Saber ouvir, observar, falar, dialogar e estabelecer a conversação é uma capacidade essencial em um contexto em que as relações interpessoais são muito fortes. Devem se deixar conhecer, contando histórias sobre a sua própria vida, como também buscar conhecer aqueles que desejam alcançar para Cristo... Desprezar esse aspecto da vida da comunidade é incorrer em grave erro e colocar a si mesmo em desvantagem”.
3-      O caráter do missionário precede todo e qualquer preparo, dons, talentos e habilidades. “Vale ressaltar um aspecto importante nesse processo de interação social a integridade moral do missionário. O homem do interior, em especial o sertanejo, dá um grande valor ao caráter das pessoas e certamente não aceitará o Evangelho se as ações e as atitudes dos missionários não forem condizentes com aquilo que eles pregam e ensinam”.
VII – Conceituando os termos, segundo Ronaldo Lidório em seu recém lançado livro, publicado pela Editora Cultura Cristã: “Plantando Igrejas”.
Igreja Local: Um grupo de pessoas transformadas pelo evangelho, comprometidas com Deus e umas com as outras por meio da obediência a Cristo e expressando os essenciais de uma comunidade cristã (Atos 2. 42-47).
Plantador de igrejas: Uma pessoa que, dirigida pelo Senhor, intencionalmente facilita a formação de igrejas locais.
Igreja autóctone: Uma igreja que possui autonomia para decidir e organizar a vida do grupo, bem como recursos humanos e financeiros para as demandas diárias.
# estratégias para plantação de igrejas no sertão:
1-      A oração é imprescindível no processo de planejamento e direcionamento para a plantação de novas igrejas. Em Atos 13, percebemos a igreja orando e jejuando e o Espírito Santo manifestando sua vontade e direção para a mesma! De igual sorte precisamos depender de Deus para tomarmos a iniciativa de enviar pessoas para plantar novas igrejas.
2-      A pessoa do plantador é uma peça chave para o processo. Este deve realmente ser convertido, ter o caráter cristão. Ser chamado especificamente para esse propósito. Ter habilidades para liderar e treinar pessoas para exercerem o trabalho na obra do Senhor.
3-      O apoio incondicional da igreja mãe enviadora e multiplicadora. É necessário dá ao plantador de igreja as condições necessárias par a execução do plantio, desde o seu envio chegada e estada no campo a ser evangelizado.
Finalmente, acredito que o perfil do plantador de igreja no sertão, é definindo através da convicção do chamado desde, de ser uma pessoa realmente regenerada, com um caráter cristão, que depende de Deus para sua ação missionária. Mas que também se permite ser trabalhado-ensinado em sua práxis missionária. Ninguém melhor do que um sertanejo treinado, bíblica e teologicamente para plantar igrejas no Sertão!

BIBLIOGRAFIA

PATRICK, Darrin. O Plantador de Igreja – O homem, a mensagem, a missão. Editora Vida Nova. São Paulo.2013.

MEDEIROS, Ildemar Nunes. Missionários para o Sertão Nordestino – Desafios, capacitação e evangelização integral. Betel Publicações. João Pessoa-PB. 2013.

LIDÓRIO, Ronaldo. Plantando Igrejas. 2ª edição revista e ampliada. Editora Cultura Cristã. São Paulo. 2018.

Luciano Costa. (II Fórum de Missões Rurais do RN – Caicó-RN) 16 e 17 de abril de 2019.

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