O Desafio de Missões no Sertão Nordestino.

O Desafio de Missões no Sertão Nordestino.

Apesar de vivermos no sertão nordestino, há por parte da igreja uma ausência ao compromisso de alcançar esta considerável parcela de não alcançados que estão mais próximos de nós do que possamos imaginar. Acredito que a melhor forma de alcançar os sertanejos é com obreiros formandos no próprio contexto do Sertão. Precisamos evangelizar e discipular na região do maior desafio monocultural do Brasil.
Acredito que muitas igrejas não investem no Sertão Nordestino, por várias razões:
1-   Muitas não conhecem a realidade que está bem próxima de seus templos, seminários e casas;
2-   É necessário um maior engajamento e uma maior pesquisa por parte da igreja e organizações que se interessam pelo evangelização do Sertão Nordestino;
3-   Não há ainda no RN um órgão voltado especificamente para coletas de dados sobre a atual situação das comunidades rurais inalcançadas, daí a necessidade de algo voltado para esta tarefa;
4-   Atualmente há algumas iniciativas por parte de Agências missionárias e igrejas no sentido de plantar igrejas comunidades ainda sem a presença de igrejas;
5-   Quando se fala de nordeste o desafio é bem maior.


 O DESAFIO DO NORDESTE EM ESTATÍSTICAS

O sertanejo é resistente ao Evangelho, sua fé é sincrética, hereditária, repassada mais de uma forma folclórica, tradicional do que mesmo de uma forma discipulada, é uma “herança cultural” herdada de seus antepassados, que em alguns casos é como se fosse uma desonra deixá-la.
Vejamos alguns dados relevantes sobre a atual situação de nossa “Janela 10x40” doméstica:
1-   É a segunda região mais populosa do Brasil (51 milhões de habitantes) e a que possui a menor porcentagem de evangélicos (13%);  
2-   É onde está a maioria (71%) das cidades menos evangelizadas do Brasil;
3-   Das 485 cidades com menos de 3% de presença evangélica, 343 estão no interior nordestino;
4-   Das 258 tribos indígenas brasileiras, 39 estão no Nordeste e, destas, 29 ainda não tem uma igreja capaz de evangelizar seu próprio povo sem ajuda externa;
5-   Das 724 comunidades quilombolas (descendentes de africanos), 523 estão no Nordeste e onde, em sua grande maioria, ainda não existe uma igreja; Historicamente estas cidades do sertão têm sido classificadas como “resistentes” ao avanço da igreja evangélica devido a idolatria.
6-   A zona rural nordestina possui mais de 10 milhões de habitantes com menos de 0,1% de crentes. Estimamos que existam mais de 10 mil povoamentos sem nenhuma presença evangélica é aí que a igreja que está nas capitais, grandes centros, devem investir parte de seus recursos e missionários.

Há algumas inciativas que tem feito grande diferença no contexto do Sertão Nordestino. Temos a JUVEP que no estado da Paraíba, tem realizado um relevante trabalho na plantação de igrejas no sertão. Recentemente esta agência missionária fez 30 anos de existência, tendo sido pioneira no Nordeste.
No Ceará temos a Missão CEIFA, que há mais de uma década trabalha com treinamento de equipes para plantação de igrejas, em parceria com igrejas locais.
No RN, a IEADERN tem feito um bom trabalho de plantação de igrejas em comunidades rurais não alcançadas. Com projetos de envio de famílias missionárias para zona rural. Nossa igreja tem sido ao longo dos anos reconhecida como uma igreja pioneira, em plantação de igrejas, através d obreiros leigos, vocacionados e enviados para realizar seu “treinamento” na práxis.
Temos também a MEF (Missão Fé e Esperança) que tem uma Escola Missionária de Férias (Emfé). Que nos meses de janeiro e julho de cada ano tem plantado e deixado um casal tomando conta de igrejas recém plantadas.
Contudo, ainda há por parte de algumas lideranças resistência, ao envio e treinamento de jovens obreiros de igrejas onde estes pastoreiam.  Recentemente, fui desafiado a conseguir um casal para ser treinado em uma dessa agências, era uma excelente promoção, um desconto de quase 50% nas mensalidades, mas sabe o que houve? Não encontramos o casal... E um casal que contactei que eu sabia ter o sonho de fazer uma escola dessas, o seu pastor não o liberou para ir ser treinado. Fico imaginando, se como líderes devemos treinar e motivar os irmãos para a obra do ministério, para o aperfeiçoamento dos santos, como bem expressa a Palavra de Deus, por que muitos líderes não desejam treinar seus jovens? Treinar casais para se disporem a realizar o desafio de missões no Sertão?
Temos muitos vocacionados esperando uma oportunidade para serem motivados, acreditados e treinados para realizar a missão que Deu lhe deu. Pastores, lideranças, precisamos despertar para isto!!!
Com esse intuito é que criamos o Projeto Boas Novas para o Sertão (http://boasnovasparaosertao.blogspot.com.br), o qual objetiva facilitar, aproximar as lideranças e os jovens dessas oportunidades que hoje existem para os que são vocacionados e querem ter uma oportunidade de vivenciar o seu chamado.
Desde 2013, mais de 30 jovens já foram abençoados com treinamentos em Escolas Missionárias de Férias, e Escolas de Plantação de Igrejas no Nordeste, através de parceria, incentivo, e ponte realizada pelo Projeto Boas Novas para o Sertão. Portanto, o nosso desejo é contribuir, mobilizar, assessorar àqueles que desejem conhecer projetos, agências e ações missionárias que promoverão o crescimento do Reino de Deus aqui na terra.
Recentemente a EMAD (Escola de Missões da Assembleia de Deus), órgão oficial das Assembleias de Deus no Brasil, abriu uma base em Fortaleza - CE. Para quem tem um chamado transcultural, agora ficou mais perto de nós a oportunidade para treinar vocacionados.
Temos também a Missão Ceifa – Pacajus-CE, que é liderada pelo Pr. Eliaquim Rodrigues, uma agência que há mais de 10 anos tem uma excelente escola de plantação de igrejas no Sertão do Nordeste, Chamada ENIGRE ( Escola Nordestina de Implantação de Igrejas), a qual tem feito um excelente trabalho com equipes que são enviadas para lugares onde não há crentes e igrejas e após seis meses de período prático da escola, fica uma igreja plantada e um casal de missionários ligados à igreja enviadora tomando de conta da mesma.
Aqui no RN, ainda temos apenas uma Agência Missionária, que a MEF (Missão Esperança e Fé), que é presidida pelo Missº Rodrigo Bellaguarda, que já esteve fazendo missões em Guiné Bissau. Essa agência também tem uma Escola de curto período e de plantação de igrejas chamada EMFÈ (Escola Missionária de Férias). A partir de dados do Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino que mapeou as 30 cidades menos evangelizadas do Nordeste, é que a MEF está plantando igrejas nessas cidades. Tendo em 2014 plantado um igreja na cidade de São Fernado/RN, cidade que está no cartão de oração como uma das 30 menos evangelizada, e em 2015, em janeiro, plantou mais uma igreja em Granjeiro/CE, uma cidade que fica a aproximadamente 30 km do Juazeiro do Norte/CE. Em todas essas cidades ficou um casal de obreiros jovens como missionários para tomar de conta do trabalho.
Creio que esse é um dos caminhos para mudarmos essa realidade do Sertão Nordestino. Se as lideranças tiverem a visão missionária, consequentemente a igreja também terá. Se a igreja tem a visão missionária, vocacionados serão levantados no seio da mesma, e se todos compartilham dessa visão, os missionários serão treinados e enviados aos campos que estão brancos.
Não é algo simples assim, mas também não precisamos complicar mais ainda. Conscientização missionária se dá através da exposição da Palavra, do que Ela ensina sobre o assunto, de homens e mulheres que são comprometidos com a causa missionária e que podem ser paradigma para os demais.
Que sejamos a igreja missionária que pelo mover do Espírito Santo, fará missões, em sua localidade, cidade, estado e nação e além fronteiras, sem contudo esquecer da realidade dos nossos conterrâneos sertanejos, que são nossos parentes, são nossos vizinhos, são nossa linhagem.
POR AMOR DO SERTÃO NORDESTINO NÃO ME CALAREI!

Ev. Luciano Costa
IEADERN – São José do Seridó/RN
Cel: (84) 81378557 - 99553179





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III Concientização Missionária da IEADERN Campo Eclesiástico de Caicó/RN



Será mais um oportunidade de vivenciar despertamento espiritual, missionário e aprender um pouco mais sobre Missões que é a Razão da Existência da Igreja!!!

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A EMAD mais perto de nós! Aproveite e faça seu treinamento missionário...


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A DIFÍCIL RELAÇÃO ENTRE O MINISTÉRIO PASTORAL E A FAMÍLIA PASTORAL.

A DIFÍCIL RELAÇÃO ENTRE O MINISTÉRIO PASTORAL E A FAMÍLIA PASTORAL.

Embora muitos não comentem, mas quase sempre há um grande conflito entre o ministério pastoral e a família do pastor. É necessário muita graça e sabedoria para poder equilibrar essa relação. A maioria dos pastores quando casaram ainda não serviam no ministério, alguns talvez já estivessem servindo, contudo não na função pastoral. Então vem o chamado, a necessidade de várias mudanças, a saída do lugar de conforto, do aconchego da parentela e etc.
A esposa do obreiro chamado, segue seu esposo nessa missão sublime. Muitas das vezes esta (por inexperiência talvez) não sabe o que a aguarda no campo, no pastoreio.
Muitas se dão conta somente após assumirem tamanha responsabilidade que, serão cobradas demasiadamente pelos irmãos onde estão servindo. O esposo, antes atencioso, zeloso, amável, ver-se envolvido em várias tarefas, trabalhos, responsabilidades, visitas, construções, problemas da congregação entre outros. Começam a surgir os conflitos em casa, a ausência do esposo-pastor, a cobrança dos filhos, a falta de atenção e afetividade.
Muitos de nós acabamos trazendo os problemas do pastoreio para a mesa, para o aconchego do lar. Lugar que devia ser de repouso, de alegria para a família. Casos especiais as vezes são atendidos em casa na frente dos filhos, da esposa, expondo-os as situações vexatórias e deprimentes, (não faça reunião em casa, no âmbito de sua família, para resolver questões da igreja).
Jamais cobre de seus filhos a postura de você “é filho de pastor”, isso não ajuda ao crescimento espiritual dele.  Respeite a individualidade de seus filhos. Nem todos serão pregadores, nem todos serão missionários, cantores, exercerão o ministério, mas poderão ser homens e mulheres de Deus na área que Deus quiser e que eles se capacitarem para ser.
Também não é interessante que cobremos de nossa esposas que elas sejam “super mulheres de Deus”, que estejam em todas as atividades da igreja, que participem de todas as orações e que realizem todas as visitas e que ainda reja todo os conjuntos da igreja (sem falar que deve ser a coordenadora do Deptº das Crianças, Feminino, Círculo de Oração e Social).
Meu amado, cadê o espaço para ela ser a sua esposa e mãe de seus filhos?? E ser ela mesma! Mais infelizmente muitos de nós estamos sufocando nossas esposas, deixando-as sobremodo atarefadas. Há aquelas que gostariam de fazer uma faculdade, mas como assim? Fazer uma faculdade? Com que dinheiro? Com qual tempo? Meu Deus, quantos sonhos que foram deixados de lado!!
Claro, que há aquelas mulheres que absorveram 100% o ministério pastoral de seu esposo (que maravilha!) e que fazem isso com a maior alegria para o Senhor. Contudo, há àquelas que tem maior dificuldade, é verdade! Jamais compare sua esposa com aquela “benção” que é a esposa do outro pastor, porque ela é quase a totalidade do ministério dele...
Há aquelas que desejam certa “liberdade” financeira, no sentido de não depender totalmente de seu esposo, permita ela fazer um curso, deixe-a sonhar! Ela pode ajudar no sustento da família, sem falar que se sentirá mais digna, mais útil, e poderá resolver suas próprias compras, evitando aqueles probleminhas no cartão de crédito.
Realmente, muitos de nós temos uma falsa concepção de nossa atuação no ministério, sim, não temos tempo para nós mesmos! Para cuidarmos de nós mesmos! Um descanso sabático (uma semana, alguns dias, algumas horas então, ufa!), para estarmos em “off”, parece que pastor nunca desliga! Meu Deus! Há igreja pode caminhar sem o pastor está no púlpito, ele pode adorar, orar servir, fazer a sua missão ( muitos de nós pensam que não) se nossa congregação não sobrevive uma semana sem a nossa presença, é uma evidencia de um pastoreio deficiente!!
Quando foi a última vez que saímos só a família pastoral?? Humm, deixe-me ver... 1900 e??? Temos tempo para reunião de pastores, temos eventos da igreja, retiros de jovens, e cadê o retiro da família pastoral???
Não quero falar sobre a questão do casamento, porque a autoridade nesse assunto é de outros pastores mais experientes, que ministram nessa área, contudo, ninguém será um pastor bem sucedido com um casamento fracassado. Atentemos para isso!
Hoje há muito com sucesso e até “fama” no ministério, mas quer mesmo saber quem é esse “homem de Deus”? Faça uma visita ao seu lar e esteja alguns momentos com a sua família!

Ev. Luciano Costa ( 30/03/2015)




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