Um tempo de descobertas...




Um tempo de descobertas...
(A crise do COVID-19)
(Luciano Costa)
Vivemos dias de intensa e profunda reflexão. Paradigmas estão sendo revistos, posicionamento estão sendo questionados. Novas atitudes (ou atitudes antigas) estão sendo postas em prática. E a vida tenta prosseguir, com o “isolamento social” que promove a proximidade com os que nos são mais preciosos (família e entes queridos). De repente muitos de nós nos vimos perdidos dentro de casa não sabendo lidar com a vida em comunhão com àqueles que nos conhecem.
Acabamos descobrindo o valor de algumas realidades básicas: a liberdade de ir e vir, que precisamos abrir mãos agora para podermos usufrui-la depois. Que tudo o que acumulamos dentro de casa não faz sentido, quando não temos com quem nos relacionar (quem mora sozinho, como fica?). Que a vida perde o sabor se não podemos escolher o que fazermos! Não há escolhas múltiplas para fazermos, há uma obediência que até mesmo nossa consciência nos impõem.
Alguns cristãos acabaram de descobrir que o culto tem algum sentido, que pode lhes fazer falta. Já que agora as igrejas estão fechando temporariamente seus locais de reunião de cultos. Outros alegam que tanto faz, assim pregações em casa substituem a comunhão dos santos (ainda que ajude a alimentar espiritualmente, não substitui a verdadeira comunhão de estar juntos).
Então, os santos deverão entender por um tempo o quanto lhes é cara a comunhão e o ajuntamento do povo de Deus para cultuar. Quem sabe Deus não esteja tratando com o seu povo, essa crise deve gerar despertamento e dependência de Deus.
O resgate do culto doméstico ou aumento da dependência do celular? O que queremos nesse período de quarentena? Muitos alegam que em casa buscam a Deus, mas não é fácil desenvolver um hábito em algumas horas, e ainda que o mesmo envolva “as coisas de Deus”.
Para os líderes (pastores/missionários) fica a lição que apenas eventos não promovem o verdadeiro discipulado e não gera verdadeiros discípulos de nosso Senhor Jesus! Muitos cristãos acreditam piamente que não conseguem sobreviver espiritualmente sem a participação aos cultos (ajuntamento do povo de Deus) por alguns dias, não se veem se esse meio da graça para a sua vida espiritual. Quem sabe, não estejamos ensinando sobre a relevância da vida devocional individual e familiar?
Por muito tempo não estávamos dando a devida atenção para elementos básicos da fé cristã. Pequenos grupos de oração e comunhão na igreja, culto doméstico, leitura bíblica e meditação na verdade bíblica, oração do secreto do nosso quarto (Mateus 6.6).
Agora são, quem sabe os únicos meios que dispomos por um tempo indeterminado para cultivarmos nossa fé, para promovermos nosso culto, para realizarmos nossa adoração ao Senhor dos senhores. É na verdade um tempo de descobertas, o que estamos descobrindo? O que Deus está nos revelando? Nossa dependência total dEle ou de outros meios para sermos igreja? Nossa fraqueza e debilidade espiritual, quando nos sentimos iguais aos que não conhecem ao Deus que proclamamos? Desesperados, ansiosos, perturbados (Sl 91)?
É um tempo de descoberta e que nesse tempo possamos descobrir o quanto somos dependentes de Deus e o quanto precisamos priorizá-lo em nossas vidas, em nossas atitudes, em nosso lar, em nosso próprio ser. (Mateus 6.33).

Luciano Costa. 20 de março de 2020.




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