O PERIGO DO FALSO CONTETAMENTO – DO IMAGINAR QUE JÁ SE CHEGOU AO PONTO ALMEJADO.

Ev. Luciano Costa

Estive meditando ultimamente sobre qual seria o momento mais difícil de se liderar e pastorear uma igreja ou pequena congregação?? Muitos diriam que a “plantação do zero” seria a tarefa mais árdua, não podemos negar que não seja um grande desafio, todavia, outros diriam que “revitalizar uma igreja” consiste na missão mais difícil para um líder espiritual. Eu também já cheguei a pensar assim, e não é errado se chegar a essa conclusão, desde que você esteja diretamente ligado a um trabalho de revitalização!

Mas após algumas observações e após lidar com algumas “revitalizações” de pequenas igrejas por onde Deus me tem levado, cheguei a mais uma constatação. Não foi fácil chegar a esse pensamento, não foi de forma fortuita que cheguei a esse entendimento, e digo que se não tivermos cuidado podemos muito bem passar pelo processo sem perceber que estamos dentro do mesmo.

É muito delicado você chegar para uma igreja que “aparentemente está bem” e informá-la que esse não está sendo o seu melhor momento! Acredito que o momento mais delicado na vida de uma igreja é quando ela acha que está tudo bem! Quando a mesma já não consegue perceber suas necessidades reais de quebrantamento, arrependimento, busca de Deus, engajamento missionário e etc.

Quando a mesma olha para dentro e acha tudo arrumadinho, bonitinho, organizadinho... Isso pode acontecer com qualquer congregação e/ou igreja que tenha passado por um processo de revitalização! Quem sabe na ânsia de ver as coisas voltarem a acontecer, de ter de volta as coisas funcionando, esta não perceba que ainda há muito a ser conquistado e que suas aspirações estão muito aquém da dimensão daquilo que Deus tem para ela.

Nesse processo podemos entrar no automático e não percebermos que não estamos tão envolvidos com Deus e com a sua obra quanto imaginamos estar! É perigoso quando a igreja começa a dizer: “Já está bom! Já chegamos ao nível máximo que poderíamos alcançar”! Porque estamos utilizando meios humanos para detectar a dimensão daquilo que Deus quer fazer através de nós!

A excelência no servir será sempre um alvo que precisamos chegar! Jamais chegaremos ao máximo que pudemos chegar em servir! É necessário olhar para a Palavra de Deus para pudermos examinar o quanto ainda precisamos avançar e não nos conformarmos com alguma coisa que tenhamos feito!

Quando estamos no processo de plantação de novas igrejas há todo um esforço e mobilização para ganharmos almas, discipulá-las, integrá-las a igreja local. Não medimos esforços para evangelizar, pregar, etc. Agimos por fé e somos ousados!!

Quando estamos num processo de revitalização de igrejas, damos tudo para ver o agir de Deus na vida dessa igreja, oramos, jejuamos, visitamos os irmãos, oramos por todos, aconselhamos, etc. No intuito de ver aquele trabalho ganhar vida e despertar.

Porém, quando a própria igreja acha que está tudo bem?! O que podemos fazer? Quando a igreja sem basta a si mesma! Quando, como líderes “cobramos” algum tipo de engajamento, logo muitos dizem, esse pastor cobra de mais, quer exigir demais! Quando a igreja está na fase que ele denomina “estamos bem”, ela se torna cumpridora de programas, escalas e afins. Ela não consegue focar no essencial, ela não enxerga novos desafios, ela não quer desenvolver novas ações para ampliar seu alcance, enfim ela já está num “excelente patamar”.

Como líderes, corremos o risco de estagnarmos, e adentramos numa “cultura de manutenção”, na qual ficamos satisfeitos em administrar determinada quantia de recursos, quer sejam humanos, ou financeiros, e nossa preocupação será mantê-los, e não cumprir a agenda de Deus.

Portanto, acredito piamente, que todas essas situações nos são extenuantes, mas quando analisamos na prática, a última acaba nos desgastando bastante. Porque é difícil você convencer alguém que não quer ou não aceita sobre determinada situação, simplesmente porque essa ou essas pessoas não se sentem assim! Como despertar uma igreja que se acha avivada? Como engajar crentes que acham que já estão “trabalhando demais”? Como mostrar a não ser pelo ensino sistemático da Palavra de Deus que essa igreja que se acha, rica, empoderada, precisa comprar colírio para ver a sua real situação?!

Concluindo, mas não terminando, pois essa é uma discussão bem mais vasta do que um curto e simples texto possa comportar! Precisamos tomar cuidado com o falso contentamento, quando na verdade estamos nos acomodando a determinada situação, ao invés de termos coragem e ousadia para enfrentá-la e contorná-la em Cristo!

30 de abril de 2023.

 

 

 

 

 


A IGREJA E A MISSÃO – aonde estamos e para onde caminhamos??

 

*(Luciano Costa)

Introdução: Para termos uma boa missiologia e um entendimento coerente sobre essa temática se faz necessário termos uma eclesiologia bem definida bíblica e teologicamente, que nos dê suporte. Pois, se a igreja não sabe quem ela é, para que foi chamada? Como saberá qual a sua missão nesse mundo? Segundo Wayne Grudem em sua Teologia Sistemática, a definição do que é a igreja:

Atualmente há um vasto interesse pela missiologia, pelo estudo da missio Dei, todavia, percebo que muitas vezes ainda nos encontramos “confusos” e/ou “pendulando” na compreensão de nossa missão como igreja nesse mundo, ou como participante da missão de Deus nesse mundo ou como igreja enviada a esse mundo, ou como igreja sinalizadora do Reino nesse mundo, ou como...

Podemos nos perder a partir dos significados das palavras, o que queremos dizer com a palavra “missão”? Qual o entendimento que nos vem à mente quando a ouvimos, ou melhor quando a pronunciamos? “Missão” e “Missões” são a mesma coisa? Perceba que, para compreendermos esses e outros termos relacionados a missiologia precisamos começar de onde estamos, e onde estamos? Com qual cosmovisão estamos? Permita-me citar um postulado da nossa igreja (Assembleia de Deus), quero citar um trecho de nossa “Declaração de Fé das Assembleias de Deus”, em seu Capítulo XI, e 6º parágrafo, que trata especificamente sobre “A missão da Igreja”; publicado no ano de 2017.

“Entendemos que a função primordial da igreja é glorificar a Deus: “Quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. (I Co 10.31). Isso é feito por meio da adoração, da evangelização, da edificação de seus membros e do trabalho social. (grifo meu). A igreja foi eleita para a adoração e o louvor de Deus, recebendo, também, a missão de proclamar o evangelho da salvação ao mundo todo, anunciando que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e que em breve voltará.  (...) O evangelho é proclamado, a homens e mulheres, sem fazer distinção de raça, língua, cultura ou classe social, pois “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Jesus disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19-ARA), “e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Portanto, entendemos que é responsabilidade da Igreja a obra missionária. A edificação é realizada por meio do ensino da Palavra nas reuniões apropriadas da Igreja, como culto de ensino, da escola bíblica dominical. A igreja também exerce o ministério de socorro e misericórdia, que inclui o cuidado dos pobres e necessitados, e não somente dos seus membros, mas também dos não membros. (...) A igreja tem o papel de ser sal e luz do mundo, e essa luz resplandece por meio de nossas boas obras. Ensinamos que, para a consecução da sua missão, o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja no dia de Pentecostes, e Cristo concedeu líderes para servir a Igreja: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12).

É claro que nessa abordagem sucinta da Declaração de Fé assembleiana, não podemos detectar toda a cosmovisão que a mesma tem esposado ao longo de mais de 100 anos, todavia, percebemos sua ênfase no propósito de continuar sendo uma igreja querigmática, isto é, proclamadora do evangelho. Mas isso compreende realmente toda a missão da Igreja? Até que ponto percebemos a nossa missão como apenas uma ação de ir e pregar? Será que o kerigma não é apenas um aspecto dessa missão de Deus no mundo? Qual a nossa compreensão sobre ser uma igreja “relevante” nesse mundo? Relevante para quem? Relevante para quê? As vezes realizamos muitas “missões”, e nos esquecemos do Deus da missão!

Para ampliar nossa discussão, quero citar, Johannes Blauw em seu livro, A Natureza Missionária da Igreja, publicado pela ASTE, em 2012:

“Tem havido, especialmente nos últimos dez anos, muita discussão sobre “Igreja e Missão” nos círculos missionários. Esta discussão não precisaria nos deter aqui, uma vez que ela já foi descrita em outros lugares. Mas precisamos discutir a questão sobre até que ponto a investigação bíblica nos dá oportunidade e direito de contrastar Igreja e missão. (...) Mas aconteceu um desenvolvimento extraordinário na teologia bíblica nas últimas poucas décadas, o qual levou à redescoberta da Igreja como comunidade do Reino, como comunidade de testemunho e de serviço no mundo e para o mundo. Fora do movimento missionário corrente, é aceita pela maioria a convicção de que a Igreja é Igreja missionária, ou então não é Igreja. A eclesiologia, que durante tantos séculos permaneceu estática, está sendo agora substituída gradualmente por uma outra mais dinâmica, que é tanto escatológica quanto missionária”. (BLAUW. 2012, p.145).

O que Johannes Blauw quer dizer, quando afirma que “com o desenvolvimento extraordinário da teologia bíblica, levou a redescoberta da Igreja como comunidade do Reino”? O que seria essa comunidade do Reino? Que agora atua com “testemunho e serviço no mundo e para o mundo”? Outro fator que nos chama a atenção, é quando ele fala que a eclesiologia que por muitos anos permaneceu estática... Que quer isto dizer? Acredito que uma eclesiologia estática, fala de parâmetros que não dialogam com a realidade e com o mundo atual, de uma cosmovisão estática e que estando formada e dicotomizada não consegue ver além do que as lentes predeterminadas mostram.  Acredito que jamais entenderemos sobre a missão de Deus nesse mundo e qual a nossa atuação na mesma, se primeiro não entendemos qual é a nossa identidade como igreja. A identidade da igreja precede a sua missão nesse mundo, porque ela não vai além da proporia compreensão que a mesma tem de si mesma”.

Contudo, se ainda podemos ampliar mais essa discussão, quero citar um trecho de “O Compromisso da Cidade do Cabo – uma declaração de fé e um chamado para agir”, que o mesmo traz em sua apresentação, publicado pela editora Encontro em parceria com a editora Ultimato, em 2014.

“Toda a igreja levando todo o evangelho para o mundo todo”

“Esta é uma fantástica e significativa declaração que o Movimento de Lausanne tem abraçado desde os seus inícios, no ido ano de 1974. O Movimento nasceu em torno do compromisso com a evangelização mundial e tem procurado entender esse mandato e ser fiel a ele em cada etapa da sua história. É por isso que se enfatiza a missão em termos geográficos, indo para onde nunca ou pouco se foi. Outra ênfase é fazer missão levando em conta cada contexto e cada nova geração. Daí a importância de se enfatizar a missão como a ampla vocação da igreja para viver e proclamar o evangelho em todas as áreas da vida e com todas as consequências, sejam pessoais ou comunitárias, morais e éticas, espirituais e emocionais, politicas, socioeconômicas e amplamente culturais. Assim é o evangelho: ele é para todos, para sempre e permeia todas as áreas da nossa vida” (grifo meu).   

Nesse trecho temos variadas afirmações que vão ampliando a forma de fazer teologia na América Latina. Essa compreensão modifica também a forma da igreja se perceber nesse mundo e consequentemente há uma modificação na sua forma de atuação no mundo. Agora não é somente a ênfase na ação querigmática da igreja, mas como esse kerigma acontece? Ao falar de uma integralidade do evangelho a afirmação do ‘Compromisso da Cidade do Cabo”, muda de forma consubstancial o entendimento do que é a missão da igreja nesse mundo. Essa mudança tem ocorrido consensualmente nos seminários teológicos e missiológicos da América e porque não dizer do Brasil. Agora a Igreja está em missão no mundo (ou pelos deveria estar), atuando onde está e a partir das posições que ocupa e não apenas considera a missão uma tarefa de alguns poucos vocacionados para isso. Porém surge um questionamento: “Se tudo é missão, nada é missão”. (Stephen Neil). Se a questão é ampliação da missio Dei, então o que não é missão?

PROCURANDO UMA DEFINIÇÃO PARA O TERMO MISSÃO

Observando o que até aqui foi proposto, percebemos que não chegamos a uma definição pronta sobre qual é a missão da igreja? Se há vários “entendimentos” sobre o que é a missão da igreja e se eles de certa forma diferem em seus princípios e postulados, será que não estamos comprometendo nossa práxis missionária por causa dessa “indefinição” do que somos e do que devemos fazer? Porque a base teológica de toda missiologia é sua cristologia e sua continuidade fundamenta-se na eclesiologia que a igreja crer e abraça como sua. Segundo David Bosh, em seu livro Missão Transformadora: “Desde os anos 1950, tem havido entre os cristãos um aumento notável do uso da palavra ‘missão’. Isso tem sido acompanhado de uma ampliação significativa de seu conceito, pelo menos em certos círculos”. Então essa fala do David Bosh está evidenciada nos vários conceitos acima dispostos como tentativa de significar a palavra ‘missão’. Porém, o próprio David Bosh, chega a uma conclusão (ele considerado um excelente missiólogo): “Não é surpreendente que Bosh conclua, algumas páginas depois: “Em última análise, missão permanece indefinível”.  Todavia, é necessário entendermos em que contexto ele afirma isso, pois ficaria complicado, concluir um livro assim. Sua assertiva tem lugar no momento em que ele fala de uma crise paradigmática pela qual passa a igreja, justamente entre outros aspectos considerados relevantes que estão “sofrendo” mudanças de significados e de atuação, está a questão missiólogica. É preciso dizer que todo o processo de crise implica em mudanças e em adaptações, em mudanças de compreensão e em mudanças na práxis, e estas são necessárias, sem contudo, dissolver todo um legado teológico e histórico que a igreja tem e constrói ao longo de sua existência.

Quero também citar um livro que eu considero relevante para essa discussão, pelo equilíbrio que os autores denotam ao tratar sobre “Qual a Missão da Igreja?”, escrito por Kevin DeYoung & Greg Gilbert, publicado pela Editora Fiel, em 2016.

“Em seu aspecto mais elementar, o termo missão implica dois aspectos para muitas pessoas: (1) ser enviado e (2) receber uma tarefa. A primeira ideia é coerente porque a palavra missão vem de uma palavra latina (mittere) que significa “enviar”. A segunda ideia está implícita na primeira. Quando somos enviamos em uma missão, somos enviados para fazer alguma coisa – e não tudo; recebemos uma tarefa específica”. (...)

De modo semelhante, John Stott argumentou que a missão não é tudo que a igreja faz, mas, antes, missão descreve “tudo que a igreja é enviada a fazer no mundo”.

A partir dessa compreensão “desmitificamos” a ideia de que a igreja tem que, que a igreja tem que ter uma alternativa a fome no mundo, que a igreja tem que ter uma saída para a violência no bairro, que a igreja tem que cuidar da precariedade da saúde das pessoas na cidade, quando dizemos que a igreja tem que resolver ou ter uma resposta para tudo, colocamos a missão como algo não especifico, mas casual, como algo que pode ser qualquer coisa, ou coisa nenhuma, ou todas as coisas novamente. Podemos tratar da questão sobre outro prisma, como igreja podemos nos envolver com isso e com aquilo, não devemos ser insensíveis as necessidades daqueles que nos cercam, mas sobretudo, que não percamos de vista qual é realmente o propósito que nos faz sermos enviados ao mundo e no mundo. Se há algo específico para o qual Deus nos chamou e nos comissionou, precisamos de toda a clareza possível sobre o que é, como acontece e quando deve acontecer. Ainda citando o livro “Qual a Missão da Igreja?”:

“Jesus até nos diz na Grande Comissão (como Mateus a relata) que devemos ensinar as pessoas a guardar “todas as coisas que vos ordenado”. Todavia, não significa que tudo o que fazemos em obediência a Cristo deve ser entendido como parte da missão da igreja. A missão que Jesus deu à igreja é mais específica do que isso. E isso, por sua vez, não significa que outros mandamentos de Jesus não são importantes. Significa que a igreja recebeu uma missão específica de seu Senhor, e ensinar as pessoas a obedecerem aos mandamentos de Cristo é uma parte inegociável dessa missão”. (...) Portanto, dizemos novamente: que a missão da igreja conforme vista na Grande Comissão, na igreja primitiva mostrada em Atos e na vida do apóstolo Paulo – é ganhar pessoas para Cristo edificá-las em Cristo. Fazer discípulos – essa é a nossa tarefa”.

É claro que parece uma explicação muito “simplista” para alguns que querem algo mais contemporâneo, algo mais “contextual”. Isto é, o que a narrativa bíblica nos apresenta e devemos nos ater ao texto bíblico e procurar transmitir a sua mensagem para essa geração atual, sem contudo, mudar seus princípios e sem mudar sua comunicação. Penso que essa “teologização” da missão a partir das ciências sociais, e a partir de uma hermenêutica crítica, e de uma abordagem econômica-política-social, da busca de novas teologias, que recusam os postulados teológicos da Reforma e a historicidade da igreja e da teologia cristã, causa a abertura para todo o tipo de interpretação do texto bíblico, bem como do Cristo apresentando na Palavra e do que é a igreja e a sua missão nesse mundo.

Os discípulos e a igreja primitiva, compreenderam qual era a missão deles, quem era o Cristo que eles haviam crido e o que significava ser igreja naquele contexto, em uma palavra simples como as que Jesus usou para chamar os pescadores à beira da praia “Então, disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e Eu vos farei pescadores de homens”. Mateus, 4.19.Acredito que as vezes teorizamos demais a missão quando deveríamos sermos obediente ao que a Palavra de Deus nos manda fazer, e com os recursos que ela diz que nós temos ao nosso dispor.

TENTANDO CHEGAR A UMA CONCLUSÃO...

Partindo do pressuposto bíblico que Jesus ordenou nas passagens da Grande Comissão (Mt 28.16-20; Mc 13.10; 14,9; Lc 24.44-49; At 1.8). A igreja deve ser a agência proclamadora das boas novas de salvação, deve ser um lugar onde pecadores são transformados pela graça de Deus em discípulos que aprendem de seu Senhor e Mestre, Jesus Cristo. A igreja também deve viver o evangelho que apregoa, sendo sal e luz do mundo, resplandecendo com astros no meio de uma geração corrompida e perversa. Sendo a coluna e firmeza da verdade, vivendo em integridade e labor missionário sempre.

Esta não deve jamais desviar de seu foco, de ir e fazer discípulos, ainda que algum momentos tenha que “alimentar as multidões famintas” como Jesus fez, mas em um momento, não tomar para si a responsabilidade de alimentá-los por todo o tempo. Deve praticar a justiça do reino e sinalizá-lo sem que para isso precise pregar outras ideologias partidárias ou filosóficas como se essas substituíssem o ensino bíblico. O evangelho é o poder de Deus que a igreja precisa crer e vivenciar. Vivenciar e pregar, por obras e em palavras, para que os gentios possam ver as nossas boas obras e glorificarem o nosso Pai que está nos céus, mas está agindo na terra entre e por meio de nós, igreja comprometida com a sua missão. Por fim, não tenho como esgotar e fechar uma temática tão ampla em apenas um artigo, mas a proposta é que possamos voltar a Palavra e redescobrir (se for o caso) qual a nossa missão nesse mundo como igreja enviada pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo (e com o Espírito Santo).

 

BIBLIOGRAFIA

DEYOUNG, Kevin & GILBERT, Greg. Qual a Missão da Igreja? – entendo a Justiça Social e a Grande Comissão. Editora Fiel. Reimpressão. 2016. São José dos Campos-SP.

BLAUW, Johannes. A Natureza Missionária da Igreja. ASTE. 2ª edição.2012. São Paulo-SP.

SILVA, Esequias Soares. (Organizador). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 3ª impressão. 2017. Rio de Janeiro-RJ.

Movimento Lausanne. O Compromisso da Cidade do Cabo – Uma declaração de fé e um chamado para agir. Encontro Publicações e Editora Ultimato. 2014. Curitiba-PR.

*Luciano Costa. O autor do artigo é pastor de tempo integral na Assembleia de Deus em Jardim do Seridó-RN. Pedagogo (UERN). Coordenador da EMITES (Escola Missionária de Treinamento Estratégico para o Sertão). Casado há 22 anos com Jussária Costa, pai do Lucas Ezequiel e da Lêda Soares. Atualmente é aluno no curso Plantador Intensivo Nordeste (sobre plantação de igrejas missionais), da Atos 29. Estudioso da eclesiologia e missiologia.

 OBS: Caso queira ler mais sobre o tema este artigo é o primeiro capitulo de meu livro "Perigos Missiológicos na Plantação de Igrejas" , que pode ser adquirido diretamente comigo. 

 

 

 

 


 

UM OLHAR SOBRE A TEOLOGIA DA MISSÃO INTEGRAL

Iniciaremos o presente trabalho destacando a história da TMI, Teologia da Missão Integral, pois de fato, conhecer a base e o surgimento da mesma proporcionará uma visão mais ampla para exposição de pontos importantes e os contrapontos como criticas. Desta forma, ao estudarmos TMI, percebemos que historicamente dentro do protestantismo mundial em seus movimentos de reordenação dos campos teológicos e eclesiásticos após a segunda grande guerra, alguns pastores, lideranças e também teólogos latino-americanos, que perceberam o cenário e começaram a formular os primeiros passos do que viria a ser denominado de “missão integral”. Em realidade este trabalho é resultado das aulas que tivemos com o professor Jean Carlos com todas as suas explicações e provocações acerca do assunto, deparamo-nos assim, com visões dos dois lados do assunto, aqueles que são favoráveis e os que são contrários também, neste sentido, cabe posicionarmos de forma equilibrada, sadia e justa diante do que fora exposto. Para isto, será necessário um pequeno apanhado, breve de fato, sobre o histórico da TMI no mundo e na América latina, com seus expositores e críticos.

2 HISTÓRICO

No século XX houve múltiplos anseios pelo debate da igreja em torno da temática relacional entre evangelismo e responsabilidade social, momento em que diversos autores procuraram expressar a missão da igreja no viés do desenvolvimento, isto é, a presença cristã na sociedade, diálogo além da religião, justiça, paz, política e outros conceitos. Estas reflexões tiveram como resultado, inúmeras conferências, dentre as quais, destaca-se a Conferência Missionária Mundial , que fora realizada em Edimburgo em 1910, que gerou a reflexão abrangente sobre o trabalho missionário protestante na América Latina, provocando assim em março de 1913, em Nova York, uma Conferência sobre missões na América Latina, que criou a Comissão de Cooperação na América Latina com a sigla de CCLA. Logo, a CCLA patrocinou o Congresso de Ação Cristã na América Latina, reunido no Panamá em fevereiro de 1916, o maior encontro das forças protestantes desse continente realizado até aquela data. De forma especifica, as metas principais discutidas foram a evangelização das classes cultas, a unificação da educação teológica, a criação de uma dimensão social ao trabalho missionário na América Latina e a uma necessária realização da promoção da unidade protestante.

No decorrer deste despertar para as missões no mundo, destacou-se Congresso Mundial de Evangelização ocorrido em Berlim em 1966 , esta foi a primeira grande reunião mundial de evangélicos no século XX, que por conseqüência estimulou a congressos regionais de evangelização em vários continentes. Nisto, surgiu o Congresso Internacional de Evangelização Mundial em Lausanne em 1974, que contou com as manifestações de opinião de toda a comunidade evangélica, à medida que os participantes debatiam com as questões da teologia, com foco na missão no mundo contemporâneo.

Conforme estudos realizados no seminário em leitura de Regina Sanchez corroborou em sua fala com este momento:

“Esse é o berço teológico que gera a TMI. É o dialogo dessa teologia com a realidade latino-americana. E esse diálogo aconteceu e inúmeras conferencias e congressos sobre missões realizados no continente latino”.

3 OS CLADE’s

Em realidade CLADE’s é apenas uma sigla do que seriam os Congressos Latino-Americanos de Evangelização que foram realizados para afirmação da tendência do TMI. É sabido que o CLADE I ocorrido em 1969 como 1º Congresso Latino-Americano de Evangelização em Bogotá na Colômbia, como foi de fato, um marco histórico no rompimento com o protestantismo latino-americano ecumênico, para com os fundamentalistas e evangelicais , e posteriormente de influência para a geração de uma fraternidade latino-americana. Não obstante, este congresso foi também o ponto de partida para o movimento evangelical na América Latina, um prato cheio para os evangélicos que demonstravam descontentamento e oposição ao movimento ecumênico.

Com isto, ocorreram também outros congressos oriundos de debates constantes, vindo a ocorrer ter também o CLADE II (1979), em Lima, Peru, este por sua vez, foi realizado pela Fraternidade Teológica Latino-Americana (FTL) com o seguinte lema:

“Que a América Latina ouça a Sua (DEUS) voz”.

Neste encontro foi focado o trabalho missionário com a realidade concreta de pobreza e opressão, corrupção moral e também o abuso de poder nesta região do mundo, assim sendo, os evangélicos latino-americanos escolheram o Pacto de Lausanne como uma expressão do seu consenso doutrinário básico e do seu claro compromisso com um modelo de missão integral e bíblico. Assim, podemos destacar a fala de dois grandes expoentes desta linha teológica como René Padilla e Samuel Escobar . Ambos foram os representantes latinos no congresso de Lausanne, e tiveram papel preponderante para a missão da igreja ao levantarem questionamentos acerca do modelo tradicional de missão, do que existia e era pratica até então. Diante desta “nova” visão, acerca de missão segue Padilla sobe o tema A Evangelização e o Mundo, onde afirmara

“Nossa maior necessidade é um evangelho mais bíblico e uma igreja mais fiel. Poderemos nos despedir deste congresso com um belo conjunto de papéis e declarações que serão arquivadas e esquecidas, e com lembrança de um grande e impressionante encontro de âmbito mundial. Ou poderemos sair daqui com a convicção de que temos fórmulas mágicas para a conversão das pessoas. Eu pessoalmente espero em Deus que possamos sair daqui com uma atitude de arrependimento no que diz respeito à nossa escravidão ao mundo e ao nosso arrogante triunfalismo, com o senso de nossa incapacidade de sermos libertos dos grilhões a que estamos atados e, apesar disso, com grande confiança em Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre" . Amém.

Samuel Escobar em Desafios da Igreja na América Latina, diz:

“Uma espiritualidade sem discipulado nos aspectos diários da vida, sociais, econômicos e políticos, é religiosidade e não cristianismo... De uma vez por todas, devemos rejeitar a falsa noção de que a preocupação com as implicações sociais do evangelho e as dimensões sociais do testemunho cristão resultam de uma falsa doutrina ou de uma ausência de convicção evangélica. Ao contrário, é o interesse pela integridade do Evangelho que nos motiva a acentuarmos a sua dimensão social” .

Diante dos debates, das discussões de idéias, obteve-se um resultado “valioso” do Congresso que foi à resolução de um pacto com Deus, bem como uns com os outros, pacto no sentido de oração, planejamento e bastante trabalho juntos pela evangelização do mundo todo. Este pacto foi recebeu o Pacto de Lausanne, o que confirma isto é um documento de 2700 palavras, em quinze seções, redigido sob a direção do líder evangelical anglicano John Stott , guardados e publicados no decorrer dos tempos.

“Nos arrependemos de nossa negligência em face de nossa responsabilidade social cristã, bem como de nossa polarização ingênua em termos, algumas vezes, considerando a evangelização e a atividade mutuamente excludentes... Devemos repudiar como demoníaca a tentativa de colocar uma cunha entre evangelização e ação social” .

Este pacto também produziu algumas mudanças bem-definidas na teologia evangélica de missões e foi muito além das afirmações evangélicas tradicionais, demonstrando que, evangelizar é inseparável da responsabilidade social, do discipulado cristão e também de renovação da igreja. Foi acentuada a missão mundial e missão total da igreja. Destacaram-se temas como:

*o propósito de Deus,

*a autoridade da Bíblia;

*a unicidade e universalidade de Cristo, a natureza da evangelização;

*a cooperação na evangelização;

*a natureza da evangelização, a urgência da tarefa evangelística;

*evangelização e cultura, educação e liderança;

*o poder do Espírito Santo e o retorno de Cristo.

4 MISSÃO INTEGRAL E A SALVAÇÃO

Para os teóricos da missão integral nós somos chamados à proclamação do evangelho, para anunciar a mensagem de salvação por meio da evangelização, isso foi exatamente definido no Pacto de Lausanne. Destarte, evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, que é o senhor Soberano sobre tudo e todos, e que oferece o perdão dos pecados, para que todos os que se arrependam e creiam. O nosso papel, o papel de todo cristão no mundo é a evangelização, e o mesmo ocorre com o diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, compreender e ajudar a mudar a situação.

Neste sentido, a evangelização requer alguns resultados como;

*a obediência a Cristo;

*o ingresso do converso em sua igreja;

* serviço responsável no mundo.

Desta forma, o Pacto de Lausanne atribui a igreja o papel de proclamação de Jesus como Senhor acima de tudo,a responsabilidade de ser agente de transformação histórica, lutando pela transformação social, nisto destaca-se cinco itens:

* Necessidade de nos dedicarmos ao serviço de Cristo e dos homens enquanto aguardamos a vinda de Cristo;

*Libertação daqueles que sofreram perseguição religiosa e a certeza de que de forma alguma nos intimidaremos diante de uma situação como essa;

* Oposição a toda injustiça, permanecendo fiéis ao evangelho;

*Afirmação da igreja como comunidade do povo de Deus, e não como instituição.

* Cobrança aos governos de condições de dignidade humana, conforme consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Assim, fica evidenciado a essência da evangelização que é mostrar-apresentar Jesus Cristo como Senhor e Salvador do mundo, sua história de sacrifico e os propósitos disso, o acesso ao Pai trago por ele, a purificação de todo o pecado, além disso, é nosso papel a orientação para a libertação total da escravidão tanto pessoal quanto do mundo, integrando o propósito de Deus de colocar tudo sob o governo de Cristo. O evangelho chama o ser humano ao arrependimento verdadeiro-real, para remissão dos pecados e salvação em Cristo Jesus e mudança de vida social. Ora, isto foi acertado no pacto conforme segue o trecho:

“Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, o Senhor e rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e crêem. A nossa presença no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a sua cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo” .

Diante do exposto, percebemos e aprendemos acima de tudo que a Teologia da Missão Integral tornou-se um conceito teológico latino-americano que mantém um relacionamento com as mais diversas alas do saber, mantendo acima de tudo um forte diálogo com as ciências humanas. Embora muitos defendessem que é uma nova metodologia, o que percebemos nada mais foi do que partiram da Teologia da Libertação com uma fundamentação bíblica diferenciada com determinadas princípios evangélicos. Determinado movimento não tem uma metodologia nova, mas, se mostra em construção ainda, e a práxis que tanto é pregada percebemos que não é em realidade praticada, ou seja, a prática está distante da teoria. A própria práxis que defendem os condenam, pois vivem tão somente na corrente ideológica, política e social, e na maioria das vezes partidária de esquerda. Fica notório que eles preferem criar organizações e, sempre optam por angariar recursos e distribuí-los em projetos que priorizem a dignidade humana, com princípios e valores cristãos.

Percebemos também que eles evitam associar em muitas vezes a ação social à proclamação do Evangelho, também à conversão de indivíduos, pois entendem que isso é uma teologia americana-européia, ou seja, retrógrada. Isto ocorre por que priorizam uma hermenêutica latino americana.

Ideologicamente há um problema para não dizermos vários problemas acerca do norte em que estão baseando-se, estes teóricos da TMI,favorecem o termo práxis do que o amor em obras,preferem usar utopia à esperança, alienação do que a palavra pecado. Logo, filosoficamente percebe-se que o novo homem na ideologia marxista difere totalmente do novo homem em Cristo. Neste sentido, há uma sério risco de sua emancipação ou autonomia em relação a Deus segundo esta linha teológica.

5 PRINCIPAIS EXPOENTES-PERCURSORES

A TMI tem como seus principais precursores, os peruanos Samuel Escobar e Pedro Arana, o porto-riquenho Orlando Costas e o equatoriano C.René Padilla. Em nosso país (Brasil) os principais representante são os pastores, Ariovaldo Ramos, Valdir Steurnagel , Carlos Pinheiro Queirós, Jorge Henrique Barro, René Kivitz e o falecido bispo Dom Robinson Cavalcanti.

Infelizmente ficou notório que a maioria destes precursores, entende revolução com conversão e renovação de mente e atos, sendo inclinados ideologicamente e de forma aberta para com a esquerda política. Torna-se injusto não ver o Evangelho social, bem anterior, ou seja, desde a igreja primitiva. Dentre as falhas mais gritantes, vemos que tem por objeto a separação entre o evangelho pessoal, do social, a ênfase no arrependimento e conversão ao lado do combate ao sistema vigente,luta de classes, seria assim?

Outro destaque que podemos dar, é que esta teologia da missão integral teve a adesão de evangélicos de variadas igrejas, com ampla uma maioria esmagadora de progressistas ideologicamente ligados e também politicamente com a esquerda. Neste sentido, torna-se urgente certa mudança acerca da concepção de missão integral, para a preservação do Evangelho, também abertamente denunciar aos progressistas que criticam a teologia da prosperidade com todos os seus erros, mas que se aproveitam do termo (TMI) ,sendo que esta prática é de competência da igreja evangélica atual e não pura e simplesmente de uma elite intelectual que ganha fama e também dinheiro, que a todo custo querem colocar a esquerda no poder e que não vive o que pregam, isto é, o discurso é amplo e bonito, a prática é curta e feia, pois não é vivida.

6 OPOSITORES A TEOLOGIA DA MISSÃO INTEGRAL

Dentre os teóricos-teólogos e os líderes de maneira geral que se posicionam contrariamente as ideologias da missão integral podemos destacar alguns como: Jonas Moreira Madureira, Filipe Costa Fontes, Augustus Nicodemus Lopes e Júlio Severo, ambos taxam criticas a teologia da missão integral enquanto seguidora de inúmeros princípios marxistas e de extrema esquerda. Seria como se a prioridade fosse os princípios humanos aos princípios divinos, táticas humanas do que orientações do sagrado.

Segundo Júlio Severo e também conforme leituras realizadas no seminário ISTEI, percebemos que para ele há uma arrogância destacada entre os teóricos da TMI, pois os que não aderirem a esta,seriam como alienados e pecadores traiçoeiros, totalmente contrários a visão do reino. Para este teórico isto seria uma fala falsa e acusatória, injusta e covarde, por outro lado, o discurso dos defensores da TMI não se diferencia em nada dos esquerdistas mundiais, em que pregam algo e vivem totalmente diferentes do discurso, pregam igualdade e comunhão, mas são burgueses abastados, que ostentam suas conquistas materiais. Segundo este teórico ao analisar uma entrevista com Kivitz e Ariovaldo Ramos ele diz:

“(...) O pastor fala em “repartir o que você tem”, quando, é bem sabido, que todos os líderes da Missão Integral são bons burgueses, pessoas da classe média, com uma vida bem confortável e, até onde se sabe, não repartiram seus apartamentos, carros, salários e outras benesses com os pobres. Isso apenas significa que a hipocrisia esquerdista também foi absorvida e está bem forte em seus discursos” .

7 CONCLUSÃO

Diante de tudo que foi afirmado, exposto e debatido acima, nossa posição acerca da Teologia da Missão Integral é bem simples e de fácil compreensão. Sabe-se que a missão da igreja é cuidar dos menos favorecidos e ajudar a todos os que precisam órfãos, viúvas, pobres, doentes, deficientes e todos aqueles e aquelas que necessitam de ajuda, psíquica, econômica e acima de tudo espiritual. E, a missão cristã vai além das paredes do templo institucional, pra bem da verdade, o discurso nas igrejas não passam de discurso de palanque e, que na prática nada é feito ou realizado como se fala. A teologia da missa integral surgiu com o intento de unir fé e prática, contudo, a sombra ideológica marxista deixou confundiu a muitos que seguiam estes propósitos do reino em meio a uma dialética filosófica daquele autor. O que fica percebido é que a missão que não é integral não é missão, devem-se pregar as boas novas do reino, deve-se fazer a obra social de fato, contudo, sem mergulhar ou se enveredar por ideologias filosóficas totalmente opostas a mensagem da cruz.

Neste sentido, concordo com a teologia da missão integral no que tange prática social da fé, porém , discordo nas prioridades que são dadas somente ao social, ao material e deixando por sobra o espiritual. Desta forma, não seria missão e sim apenas ação social, sem a mensagem de arrependimento e entrega ao Cristo. Devemos fazer missão levando a mensagem da cruz, do confronto, da mudança de vida, e fazer também as obras de assistências ao que precisam, não tornando esta assistência um vício recorrente, mas mostrando a saída e o sentido para da vida para solução de problemas.

REFERÊNCIAS

ESCOBAR, Samuel. Desafios da Igreja na América Latina: História, Estratégia e Teologia de Missões. Trad. Hans Udo Fuchs. Viçosa: Editora Ultimato, 1997.

FTL-B e Temática Publicações, 1992. 209p. PADILLA, René. A Evangelização e o Mundo: A Missão da Igreja no Mundo de Hoje. São Paulo e Belo Horizonte: ABU Editora e Visão Mundial, 1982.

PADILLA, René. Missão Integral: Ensaios sobre o Reino e a Igreja. São Paulo:

STOTT, Jonh R. W. A verdade do evangelho: Um Apelo a Unidade. Trad Marcell e Silêda S. Steuernagel. Curitiba – PR: Encontro; São Paulo: EBU editora, 2000.

STOTT, Jonh R. W. A verdade do evangelho: Um Apelo a Unidade. Trad Marcell e Silêda S. Steuernagel. Curitiba – PR: Encontro; São Paulo: EBU editora, 2000.

Sites/Links

http://www.fabioblanco.com.br/arrogancia-e-a-hipocrisia-na-missao-integral/

https://www.youtube.com/watch?v=zSgABsP8qD4

PEDRO ANDRÉ ALMEIDA
Enviado por PEDRO ANDRÉ ALMEIDA em 30/08/2015
Código do texto: T5364888
Classificação de conteúdo: seguro

FONTE: https://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/5364888 

 


“No entanto, acredito que há etapas no processo de plantação de igrejas no sertão e estas não devem ser queimadas, do contrário, o missionário irá sofrer, com a sua família, pressões acrescentadas a sua missão evangelizadora. (...)

O missionário precisa, inevitavelmente, da direção de Deus para a sua realidade, porque cada região tem suas peculiaridades e cada etnia tem seus próprios desafios. (...).

Tenho acompanhado de perto vários missionários de tempo integral no sertão. Tenho visto suas dores, seus medos, a dedicação incondicional deles para ver uma igreja sendo plantada em suas respectivas comunidades de atividade.”

 

COSTA, Luciano. A Missão de Deus e a Igreja – Um olhar sobre a obra missionária no Sertão do Nordeste. São Paulo: Publicações Grammata, 2020.

 





AS REDES SOCIAIS E SUA MANIPULAÇÃO EM MASSA.

 

Somos levados sem contudo perceber muitas vezes a reproduzir comportamentos tão somente porque todos estão fazendo ou postando. As famosas “modinhas” disseminadas pelas redes sociais.

No momento muitos estão postando o encerramento do pior programa de todos os tempos (não assisto) mas se conseguiu por muitos dias prender a atenção de milhares de pessoas no país, é porque era péssimo moralmente falando. Vivemos em meio a uma “cultura popular” do quanto pior melhor!

Infelizmente muitos “gospéis” tem seguido a tendência, reproduzindo tudo que aparecer na telinha. A questão é que os nossos princípios bíblicos, familiares e morais, estão sendo solapados, e no entanto com os aplausos e apoio de muitos que são cristãos e não se dão conta do que estão acontecendo.

Hoje muitos se solidarizam com a morte de famosos, mas quando é um pastor ou missionário que deu toda a sua vida pelo evangelho, pouco se fala, pouco se comenta, pouca se compartilha mensagens de solidariedade, onde vamos parar?

Repensemos (nova geração) nossos valores e práticas, comportamentos e atitudes, pois quando não estaremos sendo levados na famosa assertiva da “Maria que vai com as outras” e perderemos nosso sentido de sermos sal e luz do mundo.

Luciano Costa. 5 de maio de 2021.

 



Parece que a igreja está “refugiada” em meio a tantos decretos restringindo o culto e as atividades coletivas, mesmo em pequenos grupos! Mas é tempo da igreja fazer “barulho”, clamor ante o trono da graça, para que àqueles que pensam estar minando o poder da igreja possam perceber que a força e a influência da igreja não é tão somente na esfera social, econômica e cultural, mas que esta, é a única agência de Deus na terra para a manifestação de seu poder salvador e restaurador.

É hora da igreja mostrar em verdade no que que crê, e pregar o evangelho de Cristo que é o poder de Deus... Através da dependência de Deus é pelo caminho da humilhação e submissão a Deus, do arrependimento, quebrantamento, confissão de pecados, e busca de Deus a igreja pode nesse momento da história fazer resplandecer a luz de Cristo em meio a essa densas trevas que o mundo se encontra lançado!

Esse pode ser um momento decisivo da história do cristianismo! Um momento crucial na peregrinação da igreja nesse mundo rumo ao encontro do Senhor nos ares!

É tempo de ser igreja! Não a igreja de uma pessoa só, mas a igreja plural, que manifesta a multiforme graça de Deus! Sejamos a igreja comprometida com os céus e com Aquele que em breve descerá de lá para consumar todas as coisas, que já lhes estão sujeitas!

Luciano Costa

14 de março de 2021.

 



Restringidos, mas não amedrontados; cerceados, mas não desacreditados; Impedidos, mas não acovardados; sob decretos humanos, mas cumprindo as ordens do Senhor da seara"! ( Luciano Costa


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